Fundo Brasil de Direitos Humanos doará R$ 1,25 milhão para organizações que combatem o racismo em todo o país

O Fundo Brasil de Direitos Humanos anunciou a doação de R$ 1,25 milhão para 25 organizações que atuam no combate ao racismo em todo o país. A ideia é fortalecer organizações que enfrentam o racismo em suas variadas formas e propõem caminhos para um país com mais justiça racial. Esse é o quarto edital Enfrentando o Racismo a Partir da Base e as inscrições podem ser feitas até 25 de março.

A novidade foi divulgada pela superintendente adjunta do Fundo Brasil, Allyne Andrade, que destacou a importância e o pioneirismo do tema na história da organização, desde sua criação em 2007. O primeiro edital de apoio a projetos lançado, naquele mesmo ano, apoiou quatro iniciativas desenvolvidas por organizações fundadas e lideradas por pessoas negras.

Para Allyne, a mobilização da população negra tem sido fundamental para a democracia brasileira e os resultados apresentados nos últimos anos são incontestáveis. Mesmo com os números alarmantes de violência e exclusão, há avanços, como o aumento do número de estudantes negros nas instituições federais de ensino superior e a crescente presença de parlamentares negros em cargos políticos. Tudo isso é resultado de décadas de pressão das pessoas negras organizadas em movimentos sociais, conforme destacou a superintendente.

Nos últimos cinco anos, o Fundo Brasil já doou mais de R$ 2,6 milhões para 50 coletivos e grupos sem fins lucrativos, de todas as regiões e estados brasileiros. Os vencedores foram selecionados por três editais Enfrentando o Racismo a Partir da Base. A organização acredita que os resultados do trabalho dos coletivos apoiados revelam como as ações de cada um desses grupos são capazes de transformar realidades locais e compor um movimento amplo de transformação social.

Entre os exemplos de projetos apoiados, o Coletivo Cirandas, do Rio Grande do Norte, oferece assessoria jurídica para comunidades tradicionais e teve a conquista recente de proteção territorial para lideranças quilombolas na Bahia. Outro caso é o do Instituto da Mulher Negra Mãe Hilda Jitolu, de Salvador, que tem o objetivo de consolidar a atuação da comunidade na promoção dos direitos de mulheres negras e no combate ao racismo religioso. E, também, o Quilombo dos Teixeiras, do Rio Grande do Sul, que obteve vitória significativa para a valorização da cultura negra e quilombola no país, com exposição de um acervo quilombola no Arquivo Histórico do Estado, em Porto Alegre.

Nesse novo edital, serão apoiados projetos voltados à promoção dos direitos de mulheres negras, de pessoas negras LGBTQIA+, de lideranças e comunidades quilombolas e de casas e comunidades de matriz africana. Além disso, recursos específicos serão destinados a organizações que estejam atuando no debate sobre racismo em meios digitais.

Como um dos principais objetivos, o Fundo Brasil apoia a busca por justiça racial e de gênero, a luta por direitos dos povos indígenas, de populações quilombolas e tradicionais, por justiça climática e socioambiental na Amazônia, entre outras. O orgão já apoiou mais de 1.300 projetos, com total doado superando R$ 50 milhões em seus anos de existência. O link para acessar o edital completo e se inscrever é: https://www.fundobrasil.org.br/edital/edital-enfrentando-o-racismo-a-partir-da-base-2024/ e as inscrições vão até 25 de março, às 18h. Os resultados serão divulgados a partir do dia 21 de maio.

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