Presidente da Câmara de São Paulo é investigado por possível ligação com esquema de lavagem de dinheiro no transporte público.

Na manhã desta terça-feira, uma bombástica investigação veio à tona, envolvendo o presidente da Câmara de São Paulo, Milton Leite, em possíveis crimes ligados à empresa de transporte público Transwolff. Promotores do Gaeco (grupo de combate ao crime organizado) afirmam que Leite teve um “papel juridicamente relevante na execução dos crimes sob apuração”, levando à quebra de seus sigilos fiscal e bancário com autorização da Justiça.

Segundo a investigação, iniciada no ano passado, há indícios de uma possível infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) no transporte público da capital paulista, com a Transwolff no centro das suspeitas. O juiz Guilherme Eduardo Martins Kellner concordou com os argumentos da Promotoria, destacando a necessidade de combater ilícitos penais e colher provas para a instrução da investigação criminal.

Questionado sobre a quebra de sigilo, o vereador afirmou desconhecer a decisão judicial, mas colocou todos os seus dados à disposição da Promotoria. Além disso, ele se posicionou como apenas testemunha no caso, criticando as “ilações de terceiros”. Vale ressaltar que Leite não foi alvo da recente operação “Fim da Linha”, desencadeada pelo Gaeco e que resultou na prisão de dirigentes da Transwolff.

A denúncia oferecida pela Promotoria em abril passado aponta Leite apenas como testemunha, junto com o deputado federal Jimar Tatto (PT). A investigação em andamento visa esclarecer possíveis ligações do vereador com a cúpula da empresa de ônibus e investigar atividades suspeitas, como a lavagem de dinheiro para o PCC.

Documentos apresentados pelos promotores incluem relatos de um informante em 2006 mencionando o nome de Leite em supostas práticas ilícitas na cooperativa Cooperpam, ligada à Transwolff. Além disso, mensagens de 2012 e emails trocados entre integrantes da empresa e assessores do vereador também levantam suspeitas sobre a relação entre Leite e a companhia de ônibus.

A Transwolff, que transporta cerca de 700 mil pessoas por dia em São Paulo, passou por intervenção e está sob administração da Prefeitura após a recente operação. O Ministério Público ainda analisa os dados e prorrogou o prazo para concluir a investigação sobre possíveis atividades ilícitas envolvendo Milton Leite.

Diante dessas revelações, a sociedade aguarda por mais informações sobre o desdobramento deste caso e a possível repercussão na política e no sistema de transporte público da capital paulista. O envolvimento de figuras públicas em atividades criminosas é sempre motivo de preocupação e exige uma investigação criteriosa por parte das autoridades competentes.

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