Durante a reunião, Bolsonaro argumentou que a OAB tinha mudado e não era mais um “partido político”. Ele propôs que membros de uma comissão de transparência eleitoral elaborassem uma nota conjunta para pedir o apoio da OAB e da Polícia Federal, destacando a importância da credibilidade dessas instituições para questionar as eleições. O ex-presidente ainda mencionou a intenção de falar com embaixadores e realizar uma reunião para discutir o assunto.
Essas falas de Bolsonaro foram transcritas pela Polícia Federal e integram a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que autorizou a Operação Tempus Veritatis. Essa operação, deflagrada no dia 8 de fevereiro, teve como alvos Bolsonaro e aliados, incluindo ex-ministros e militares.
Em resposta, a OAB divulgou uma nota reforçando a confiança no sistema eleitoral e nas urnas eletrônicas, e se posicionou contra qualquer ataque que tente enfraquecer as eleições e a democracia. A instituição ressaltou sua atuação em diversos processos eleitorais e mencionou que foi a primeira entidade civil a reconhecer os resultados das eleições de 2022.
A OAB também se manifestou contra a decisão de Moraes que proibiu a comunicação entre advogados representantes de investigados pela Operação Tempus Veritatis, afirmando que é necessário assegurar as prerrogativas dos advogados. O presidente nacional da OAB, Beto Simonetti, deixou claro que advogados não podem ser proibidos de interagir nem ser confundidos com seus clientes.
A defesa de Bolsonaro emitiu uma nota afirmando que o ex-presidente “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”. A nota foi assinada pelos advogados Paulo Bueno, Daniel Tesser e Fábio Wajngarten.