Após duas altas consecutivas, dólar encerra semana em baixa e alcança menor valor desde outubro

O dólar encerrou a sessão desta sexta-feira, 9, em baixa de 0,67%, cotado a R$ 4,9613, com mínima a R$ 4,9513 à tarde. Apesar da queda de hoje, a moeda termina a semana com leve desvalorização (0,14%), mas apresenta ganhos de 0,48% no mês. Após dois pregões seguidos de alta, em que se aproximou de R$ 5,00 e alcançou o maior nível de fechamento desde 31 de outubro, a divisa apresentou um desempenho marcado por oscilações.

Segundo operadores, a baixa da moeda americana no exterior abriu espaço para uma realização de lucros no mercado doméstico de câmbio, apesar da cautela na véspera do Carnaval, quando não haverá negócios na B3. Além disso, houve relatos de entrada de fluxo comercial e de eventual antecipação de venda de dólares diante da expectativa de liquidação da captação de US$ 700 milhões pela CSN no início da semana que vem.

Entre as características do dia, a liquidez foi moderada, com o dólar futuro para março movimentando pouco mais de US$ 10 bilhões. Esses números sugerem ausência de mudanças relevantes nas posições de fundos de investimento locais e de investidores estrangeiros.

Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, a baixa do dólar hoje se deve a ajustes técnicos e realização de lucros. Ele ressaltou que muitos investidores aproveitaram as altas dos últimos dias para vender e embolsar os ganhos.

No cenário internacional, o dólar recuou em relação ao euro e a libra, o que levou o índice DXY a operar em leve queda, com mínima abaixo da linha de 104,000 pontos. A moeda americana também caiu na comparação com a maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities.

O otimismo diante da recuperação econômica dos Estados Unidos foi reforçado pelo presidente do Federal de Atlanta, Raphael Bostic, que afirmou que há um caminho a ser percorrido para assegurar que a inflação convirja para a meta de 2%. Isso, somado à fala de outros dirigentes do Banco Central americano ao longo da semana, parece ser um movimento orquestrado para esfriar as apostas em torno da magnitude do ciclo de redução de juros esperado para este ano.

Na próxima terça-feira, 13, sai o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) referente a janeiro, o que pode impactar os ativos locais, mas será na quarta-feira, 14, que os mercados locais vão sentir o impacto do indicador, quando reabrirem à tarde.

Com tudo isso, a expectativa é de um mercado mais estável e com uma tendência mais clara após o Carnaval. A oscilação do dólar continua sendo uma preocupação, mas as perspectivas positivas da economia americana e os sinais de cautela do Federal Reserve podem dar um alívio para o mercado nos próximos períodos. A volatilidade ainda está presente, mas a tendência é de que haja um declínio nas oscilações da moeda nos próximos dias.

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