MPF pede anulação de contrato bilionário de mineradora canadense Belo Sun no rio Xingu, no Pará, devido a contestações de ocupantes de projetos de assentamento

O Ministério Público Federal no Pará está buscando anular um contrato da mineradora canadense Belo Sun com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para um mega projeto de mineração de ouro no rio Xingu. De acordo com a manifestação do MPF enviada à Justiça, o pedido se baseia no reconhecimento do direito das famílias ocupantes de projetos de assentamento na região para se manifestarem previamente a qualquer ato de concessão da área para exploração.

A ação foi inicialmente movida em 2022 pelas defensorias públicas da União e do estado do Pará na Justiça Federal paraense. A Belo Sun, por sua vez, ressaltou que o contrato de concessão continua vigente e válido, sendo a titular do direito de posse da área concedida. A empresa ainda afirmou que o Projeto Volta Grande trará desenvolvimento, progresso e segurança para as comunidades e a região do estado do Pará.

Em setembro passado, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, com sede em Brasília, negou o recurso da Belo Sun e manteve a decisão que determinava que o licenciamento ambiental do projeto fosse concedido pelo Ibama, não por um órgão estadual, como havia ocorrido. No entanto, o Ibama ainda não concedeu a licença.

O Projeto Volta Grande tem sido alvo de forte controvérsia devido aos debates sobre o impacto ambiental da obra, semelhante ao que ocorreu anos atrás na região com a hidrelétrica de Belo Monte. Tanto os autores da ação quanto a empresa avaliam o empreendimento em pelo menos R$ 1,2 bilhão.

Diante disso, o embate entre o Ministério Público Federal, a Belo Sun e outras entidades envolvidas continuará gerando discussões e impactos não só ambientais, mas também sociais e econômicos. A decisão sobre a anulação do contrato e as repercussões desse projeto de mineração de ouro no rio Xingu certamente continuarão a ser acompanhadas com atenção nos próximos meses.

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