Joe Biden anuncia moratória à construção de terminais de exportação de GNL devido à crise climática, em plena campanha eleitoral nos EUA.

O presidente americano Joe Biden anunciou, nesta sexta-feira (26), uma moratória à construção de novos terminais de exportação de gás natural liquefeito (GNL), devido à “ameaça existencial” representada pela crise climática. Segundo o presidente, a pausa nas autorizações para terminais de exportação de GNL toma a crise climática pelo que ela realmente é: a ameaça existencial do nosso tempo.

O gás natural é um combustível fóssil que contribui significativamente para as emissões de gases de efeito estufa, causadores do aquecimento global. Essa decisão ocorre num momento crucial da campanha eleitoral nos Estados Unidos, onde já se desenha um novo confronto direto entre Biden, defensor da realidade da mudança climática, e Donald Trump, que questiona essa realidade, mesmo com o consenso científico a respeito.

O anúncio de Biden foi acompanhado por duras críticas aos republicanos do Maga, que negam a urgência da crise climática e condenam o povo americano a um futuro perigoso. O presidente afirmou que seu governo não permanecerá passivo e que não cederá a interesses particulares.

Os Estados Unidos são o maior exportador mundial de GNL, impulsionado pela produção de gás de xisto. Atualmente, operam sete terminais de exportação de GNL no país, com volumes significativos trazidos ao mercado diariamente. No entanto, nenhuma nova permissão para exportação será aprovada antes que o Departamento de Energia tenha atualizado suas avaliações de cada projeto, o que deverá levar vários meses.

A decisão de Biden foi considerada “uma mudança de política positiva e significativa” pela organização ambientalista Sierra Club. No entanto, a moratória foi rejeitada por diversas entidades que representam o setor energético americano, argumentando que a indústria de GNL cria empregos no país e garante o abastecimento da Europa, privada do gás russo desde o embargo após a invasão da Ucrânia.

A Casa Branca revelou que cerca de metade das exportações americanas de GNL tiveram como destino a Europa no ano passado. No entanto, Jennifer Granholm, secretária do Departamento de Energia, explicou que os projetos autorizados continuarão e que a oferta atual e a curto prazo de GNL nos EUA não serão afetadas. A atualização das avaliações de cada projeto deverá ser realizada nos próximos meses, e a moratória permanecerá em vigor até que essas atualizações sejam concluídas.

Esse movimento do governo Biden reacende o debate sobre a transição energética e o papel dos combustíveis fósseis na economia e no meio ambiente, trazendo à tona perguntas cruciais sobre o futuro do setor energético e a necessidade de investimento em fontes de energia mais limpas e sustentáveis.

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