Desistência de vereadores enfraquece apoio à CPI das ONGs e Padre Lancellotti em São Paulo.

A Câmara Municipal de São Paulo está envolta em polêmica devido à proposta de instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação de organizações não governamentais (ONGs) e do Padre Júlio Lancellotti em ações sociais no centro da capital paulista. O requerimento para a abertura da comissão foi proposto pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil) e recebeu inicialmente o apoio de 25 vereadores, mas nos últimos dias, dez deles retiraram suas assinaturas.

Entre os vereadores que recuaram, está Gilson Barreto (PSDB), que afirmou em suas redes sociais que, após reconsiderar o intuito e as consequências da iniciativa, viu que a comissão fiscalizaria as atividades do padre Lancellotti sem que ele participe de qualquer convênio com a municipalidade, o que o fez concluir que a CPI perdeu a sua finalidade de zelar pelo dinheiro público. Além disso, Xexéu Tripoli (PSDB) também se manifestou contra a investigação, destacando o trabalho humanitário exemplar do religioso e condenando a perseguição política a líderes religiosos.

A retirada das assinaturas compromete o futuro da CPI, uma vez que a aprovação de 19 vereadores é necessária para a protocolação. No entanto, a Câmara Municipal de São Paulo afirmou que a retirada das assinaturas tem um papel simbólico e não impede o próximo passo para a instauração da comissão. A proposta será avaliada no Colégio de Líderes.

Ainda que o texto do requerimento não traga claramente quais entidades e pessoas serão investigadas, o autor do pedido, Rubinho Nunes, deixou claro em suas redes sociais que o Padre Júlio Lancellotti seria alvo das investigações. Por meio de nota, o religioso respondeu que não faz parte de nenhuma organização da sociedade civil ou organização não governamental que utilize convênio com o Poder Público Municipal e que a atividade da Pastoral de Rua não se encontra vinculada às atividades que constituem o requerimento aprovado para criação da CPI.

A situação evidencia a tensão política na Câmara Municipal de São Paulo e a dificuldade em obter consenso para a instauração da CPI das ONGs. Com isso, paira a incerteza sobre o futuro da investigação e a controvérsia em torno do papel do Padre Júlio Lancellotti e das ONGs em atividades sociais no centro da capital paulista.

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