A aldeia Pekuruty foi demolida como parte das obras de duplicação da BR-290, um projeto realizado em cooperação entre o governo federal e estadual. O Dnit justificou a ação como emergencial para restabelecer a trafegabilidade na BR-290. No entanto, os indígenas afirmam que a destruição foi uma estratégia arbitrária para avançar com as obras de forma mais rápida, sem levar em consideração o direito dos moradores.
O cacique Estevan Garai, líder da comunidade de Pekuruty, que perdeu sua casa com a demolição, exige que o Dnit ressarça a comunidade pelo prejuízo causado. Ele relata que a Defesa Civil exigiu a saída dos indígenas da aldeia por questões de segurança, mas não os informou sobre a destruição das casas.
Outro cacique, Cláudio Acosta, da aldeia Guajaivy, vizinha de Pekuruty, denunciou a ação do Dnit como um caso de preconceito e racismo ambiental, pois a comunidade não teve escolha no processo de realocação e foi prejudicada devido às catástrofes climáticas.
A Funai e o Ministério dos Povos Indígenas estimam que as enchentes no Rio Grande do Sul afetaram cerca de 30 mil pessoas de diversas etnias indígenas. A ajuda humanitária tem enfrentado obstáculos para chegar aos povos indígenas, que ficaram isolados devido à destruição de pontes.
Diante dessa situação, entidades civis se mobilizaram para fornecer assistência emergencial às comunidades afetadas e cobram uma atuação mais efetiva dos governos para garantir a segurança e o bem-estar das comunidades indígenas na região. A carta publicada pelas entidades destaca a responsabilidade do poder público em implementar medidas concretas e duradouras para auxiliar as comunidades indígenas frente à calamidade climática.