Operação Dakovo desmonta complexo esquema de importação e tráfico internacional de armas com facções criminosas no Brasil.

A Polícia Federal desvendou um esquema de tráfico internacional de armas que envolvia integrantes das facções criminosas PCC e Comando Vermelho. A investigação, denominada Operação Dakovo, revelou que membros dessas organizações criminosas compravam um arsenal de alto poder destrutivo, incluindo pistolas, fuzis e munições, de uma organização desmantelada pela operação.

De acordo com as autoridades, os líderes das facções, conhecidos como ‘Professor’ e ‘Vietnã’, negociavam as armas e drogas com Angel Antonio Flecha Barrios, um intermediário do esquema. Foi a partir da interceptação de conversas entre os traficantes e o intermediário que a Polícia Federal conseguiu identificar os compradores no Brasil.

Além dos líderes das facções, outros seis suspeitos também foram alvos da Operação Dakovo, incluindo ‘Bolt’, ‘sem cabelo’, ‘avião’, ‘beio’, Adilson de Souza Pereira e Edgar Jose de Souza Espondola. A Justiça Federal na Bahia, onde a operação é baseada, decretou a prisão preventiva de todos os suspeitos.

As investigações revelaram que as armas eram provenientes da empresa ‘IAS-PY’, International Auto Supply S.A., sediada no Paraguai e comandada pelo argentino Diego Hernan Dirisio. A empresa importava uma grande quantidade de armas da Europa e as revendia no mercado clandestino, especialmente para grupos criminosos em Ciudad Del Este, na fronteira com o Brasil.

Os líderes das facções utilizavam intermediários para adquirir as armas ilegais, permitindo à PF mapear o fluxo de armamentos para as principais facções brasileiras. As conversas entre os traficantes revelaram planos de compra de armas e drogas, incluindo o envio de imagens de fuzis e de plantações de maconha.

Entre os compradores identificados, destacam-se Fhilipp da Silva Gregório, conhecido como ‘Professor’ e apontado como um dos principais líderes do Comando Vermelho, e Marcos Paulo Nunes da Silva, apelidado de ‘Vietnã’ ou ‘Djaga’, e apontado como integrante de destaque do PCC. Os dois são considerados os principais compradores de armas e drogas no Brasil.

A PF encontrou evidências de encontros entre os compradores e os intermediários no Paraguai, além de possíveis desentendimentos acerca de pagamentos por cargas ilícitas encaminhadas. As investigações revelaram uma estreita conexão entre o tráfico de drogas e o tráfico de armas, evidenciando a necessidade de armas por parte dos grupos organizados que comercializam drogas para combater grupos rivais e forças de segurança.

Em suma, a Operação Dakovo da Polícia Federal revelou um intricado esquema de tráfico internacional de armas que abastecia as facções criminosas no Brasil, resultando na prisão de diversos suspeitos envolvidos nas atividades ilícitas. O desmantelamento desse esquema representa um importante golpe no combate ao crime organizado no país.

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