O vídeo que circulou pelas redes sociais mostrou a água da lagoa Mundaú encobrindo uma parte da margem que antes era ocupada pela mina, causando espanto e preocupação em quem assistiu. Segundo o prefeito João Henrique Caldas, a mina e seus arredores estavam desocupados, garantindo que não há risco para as pessoas. A área era tão extensa que tinha o tamanho de um campo de futebol.
A Braskem utilizava a área para a produção de sal-gema, mas as operações foram interrompidas em 2019, devido aos primeiros sinais de afundamento do solo. Desde então, a empresa vinha trabalhando para preencher as cavidades das 35 minas que existiam no local.
O desabamento da mina 18 se tornou mais evidente no sábado, quando a velocidade de afundamento aumentou para 0,54 cm por hora, resultando em um movimento de 13 cm em 24 horas. O rebaixamento da cavidade de onde era extraído o sal-gema já acumula 2,24 metros. A situação levou o prefeito a decretar estado de emergência por 180 dias no município.
Vale ressaltar que essa não é a primeira vez que a cidade de Maceió enfrenta problemas relacionados à atividade de mineração da Braskem. Desde 2018, os moradores sofrem com problemas no solo e tremores de terra, que já afetaram cerca de 14,5 mil residências e mais de 60 mil pessoas tiveram que deixar suas casas. Além disso, animais também foram abandonados devido à situação.
Em 2019, o Serviço Geológico do Brasil concluiu que as atividades de mineração da Braskem em uma área de falha geológica foram as responsáveis pelos problemas enfrentados pela população. A exploração do minério começou em 1979 e foi suspensa em maio de 2019, um dia após a divulgação do laudo pelo Serviço Geológico.
Diante desse cenário, é fundamental que a empresa e as autoridades tomem medidas efetivas para minimizar os impactos causados pela mineração em Maceió e garantir a segurança e o bem-estar da população. O desabamento da mina 18 é mais um elemento que aumenta a preocupação e a necessidade de ações decisivas para resolver essa questão.
