Os deslizamentos resultaram em pelo menos 65 mortes e centenas de desalojados, além de grandes danos à infraestrutura da cidade. Estradas foram arrastadas ou bloqueadas, dificultando o transporte e a circulação de pessoas. O governo decretou estado de emergência no município devido à gravidade da situação.
Uma pesquisa recente publicada na revista científica Natural Hazards analisou esses deslizamentos e concluiu que, apesar dos avisos emitidos pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) nos dias anteriores ao desastre, o planejamento urbano e a resposta eficiente ainda não foram suficientes para mitigar as perdas.
O climatologista Jose Antonio Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden, ressaltou a importância de incorporar ações de prevenção em todas as etapas da cadeia, considerando a frequência cada vez maior de eventos climáticos extremos e a concentração habitacional em áreas vulneráveis.
O estudo também destacou a necessidade de um sistema de alerta local mais eficaz, que seja capaz de identificar o risco iminente, emitir alertas em tempo hábil e garantir que as populações vulneráveis recebam e ajam sobre as informações recebidas. Além disso, a pesquisa ressaltou a importância do planejamento urbano adequado e de infraestruturas que possam minimizar os impactos de desastres naturais.
Diante desse cenário alarmante, a Defesa Civil de São Sebastião foi procurada para comentar sobre as medidas adotadas diante dos deslizamentos de terra, no entanto, não se manifestou até o momento. De acordo com dados do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, o Brasil registrou cerca de 3.900 óbitos relacionados a desastres naturais entre 1991 e 2022, com danos totais estimados em R$ 27,12 bilhões.
Diante desse panorama preocupante, a pesquisa destaca a urgência de políticas públicas aprimoradas, comunicação eficaz e sistemas de alerta precoce mais eficientes para reduzir os riscos em áreas vulneráveis e salvar vidas em situações de desastres naturais. A população brasileira e os gestores públicos devem se conscientizar da real ameaça dos eventos climáticos extremos e agir de forma preventiva para minimizar os impactos desses desastres.