O Ministério da Defesa emitiu uma nota anunciando que estão intensificando as ações de defesa na região da fronteira ao norte do país, aumentando a presença militar nessa área em particular.
A disputa pela região remonta a 1899, quando o território foi concedido à Grã-Bretanha, que controlava a Guiana naquela época. No entanto, a Venezuela nunca reconheceu essa decisão e sempre considerou a região “em disputa”. Em 1966, as Nações Unidas intermediaram o Acordo de Genebra, que estipulava que a região ainda está “em negociação”.
A região em questão é estimada ter bilhões de barris de petróleo, o que aumenta a importância da disputa para ambos os países. O governo brasileiro está acompanhando a situação com preocupação, como afirmou a secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, embaixadora Gisela Maria Figueiredo Padovan. Ela destacou a importância de evitar conflitos militares na América do Sul e expressou sua preocupação com as tensões entre os dois países vizinhos.
O interesse do Brasil é resolver a situação por meio do diálogo, seja por meio de negociações bilaterais ou através da Corte Internacional de Justiça (CIJ). Enquanto a Guiana entrou com uma liminar na CIJ para suspender o referendo, a Venezuela não reconhece a jurisdição da Corte Internacional nesse caso e evoca o Acordo de Genebra de 1966 como o único instrumento válido para resolver a controvérsia.
Além disso, a Venezuela protestou recentemente contra uma rodada de licitações de petróleo realizada pela Guiana, alegando que as áreas marítimas que devem ser exploradas por multinacionais como Exxon Mobil (Estados Unidos) e TotalEnergies (França) estão em disputa entre os países.
O Brasil busca evitar conflitos e defender a paz e cooperação na região, mantendo um olhar atento sobre a situação e buscando soluções diplomáticas para resolver a disputa territorial. A inquietação sobre o referendo venezuelano e as tensões regionais adicionam um elemento de incerteza à situação política na América do Sul.