Negociações climáticas na COP28 em Dubai refletem desafios na luta contra as mudanças climáticas e impactos do aquecimento global.

A COP28, conferência do clima da ONU (Organização das Nações Unidas), está prestes a dar início em Dubai e a expectativa é de acompanhar de perto as negociações que irão ocorrer até o dia 12 de dezembro. O evento acontece em momento crucial para frear a crise climática, com o objetivo de cortar drasticamente as emissões de carbono até 2030, conforme determinado no Acordo de Paris.

No entanto, uma série de estudos recentes divulgados nas últimas semanas indicam que as políticas e medidas implementadas até agora estão muito aquém do necessário. O relatório do “global stocktake”, feito pela UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), prevê um aumento de 2,4°C a 2,6°C na temperatura média global, a menos que as ações sejam intensificadas de forma significativa. Além disso, as emissões globais de gases de efeito estufa subiram 1,2% entre 2021 e 2022, chegando a um recorde equivalente a 57,4 gigatoneladas de dióxido de carbono.

Um dos principais desafios da COP28 será a discussão dos esforços necessários para frear o aquecimento global. Segundo o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), a produção de petróleo, gás e carvão em 2030 deve ser o dobro do permitido para cumprir o Acordo de Paris. Além disso, o Brasil é apontado como o oitavo maior produtor de petróleo no mundo e prevê um aumento significativo na produção de petróleo e gás nos próximos anos.

A análise dos setores da economia revela que apenas a porcentagem de veículos elétricos nas vendas de carros está num bom caminho para atingir a meta para 2030. Outros indicadores, como a redução no desmatamento, estão avançando na direção certa, mas em um ritmo insuficiente, enquanto outros estão totalmente na direção errada, como o desperdício de comida e o financiamento público para a produção de combustíveis fósseis.

Além disso, as mudanças climáticas combinadas com a ocorrência do El Niño têm levado a extremos de calor, tornando praticamente certo que 2023 será o ano mais quente em 125 mil anos. Este cenário coloca em xeque o cumprimento do Acordo de Paris e destaca a urgência de ações mais eficazes para frear a crise climática.

Outro desafio é o financiamento para a adaptação climática nos países em desenvolvimento, que caiu 15% em 2021. Isso mostra que os esforços para ajudar os países mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas estão estagnados, com uma lacuna de financiamento que está piorando a situação.

Diante desse cenário, a COP28 assume um papel crucial para reavaliar e intensificar os esforços globais para conter a crise climática e evitar um aumento desastroso na temperatura média global. A conferência em Dubai representa uma oportunidade para os países se comprometerem com medidas mais ambiciosas e eficazes, visando atingir as metas estabelecidas no Acordo de Paris e garantir um futuro sustentável para o planeta.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo