Brasileiros apoiam ampliação de vacinas no SUS e alertam para queda na cobertura vacinal

No Brasil, ao contrário de muitas partes do mundo, as vacinas contra a Covid-19 continuam sendo amplamente apoiadas pela população, apesar dos ataques negacionistas. No entanto, nos últimos anos, as coberturas vacinais têm apresentado uma queda preocupante, o que tem levado à mobilização de diversos movimentos em prol da imunização. Um exemplo disso é o caso de Juliane Fetzer, mãe de um bebê de 1 ano, que iniciou uma campanha para a inclusão da vacina meningocócica B no Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Juliane perdeu seu filho vítima de meningite bacteriana e desde então tem lutado pela disponibilização gratuita da vacina contra essa doença no SUS. Atualmente, a vacina está disponível apenas na rede privada, a um custo elevado. Em menos de três meses, ela obteve o apoio de mais de 100 mil pessoas por meio de um abaixo-assinado online.

Além da inclusão de novos imunizantes no calendário nacional, Juliane enfatiza a importância de que os pais garantam a vacinação básica de seus filhos. Após a morte de seu filho, ela mobilizou a cidade onde mora e foi realizado um mutirão para verificar as cadernetas de vacinação das crianças.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, as coberturas vacinais têm variado entre 57% e 90% da população-alvo. A maior cobertura é da vacina BCG, com 90,06% do público-alvo vacinado em 2022. Porém, a vacina meningocócica ACWY, disponível apenas para adolescentes, possui a pior cobertura, com apenas 57,98% do público-alvo vacinado.

É importante ressaltar que todas as vacinas são extremamente importantes e têm contribuído para a diminuição das doenças. Porém, nos últimos anos, houve um aumento na disseminação de desinformações, principalmente relacionadas à vacinação contra a Covid-19, o que tem impactado a adesão à imunização.

Diversas petições têm sido abertas com o objetivo de ampliar o acesso às vacinas no Brasil. Uma delas é a petição criada pela nutricionista Denise Suguitani, que busca uma maior conscientização sobre o calendário vacinal dos bebês prematuros e a ampliação da cobertura vacinal específica para essa população.

Segundo o infectologista Eder Gatti, diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, o processo de incorporação de vacinas no calendário do PNI envolve diversos critérios, como o cenário epidemiológico, a garantia de abastecimento e o planejamento orçamentário.

Além disso, Gatti destaca a importância de retomar a cobertura vacinal dos imunizantes já disponíveis no calendário, como a vacina contra a poliomielite, que no último ano teve uma cobertura de apenas 77,19%, abaixo da meta de 95%.

Para aumentar a cobertura vacinal no país, o Ministério da Saúde está utilizando estratégias como o microplanejamento, para traçar estratégias focadas em regiões com maior déficit de vacinação, e programas de conscientização e educação sobre a importância da imunização.

Portanto, é fundamental que a população esteja informada sobre a importância das vacinas e que o governo atue de forma efetiva no sentido de ampliar a cobertura vacinal, garantindo o acesso gratuito e facilitado aos imunizantes. A vacinação é uma das formas mais eficazes de prevenção de doenças e é essencial para a saúde coletiva.

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