Padrasto condenado por morte de garoto Joaquim após julgamento de 10 anos em Ribeirão Preto

Após seis dias de julgamento, o padrasto Guilherme Raymo Longo foi condenado no último sábado (21), em Ribeirão Preto, pelo crime que chocou a cidade há dez anos, a morte do garoto Joaquim Ponte Marques. Natália Mingoni Ponte, mãe da criança, foi inocentada. A acusação sustentava que Longo matou o enteado, que sofria de diabetes, com uma alta dosagem de insulina e jogou o corpo no córrego Tanquinho, próximo à residência. O corpo de Joaquim foi encontrado no rio Pardo, em Barretos, cinco dias após seu desaparecimento.

A decisão do juiz José Roberto Bernardi Liberal foi de condenar Longo por homicídio triplamente qualificado, enquanto Natália foi inocentada por omissão. A defesa de Longo sempre manteve sua inocência e afirmava que não havia provas que o incriminassem.

Durante o julgamento, foram ouvidas cerca de 30 pessoas, incluindo familiares dos acusados, peritos, médicos e o pai do menino. Os depoimentos mais importantes foram feitos na sexta-feira pelos dois acusados. Natália afirmou acreditar que Longo tinha matado seu filho, enquanto o acusado alegou que fugiu para a Espanha para escapar de traficantes e comentou sobre o consumo de drogas.

No entendimento do Ministério Público, Natália tinha capacidade para afastar Joaquim do convívio com Longo, mas não o fez, sendo assim, a acusação era de omissão. A defesa sempre negou essa acusação.

Em 2016, Longo havia confessado em uma entrevista que matou a criança com o objetivo de melhorar seu relacionamento com Natália. No entanto, durante o julgamento, sua defesa voltou a afirmar sua inocência.

A decisão do júri, formado por sete pessoas, a maioria mulheres, ainda pode ser objeto de recurso. O advogado de Longo defende que não há provas suficientes para condená-lo.

A relação conturbada entre Longo e Natália começou quando eles se conheceram em uma clínica de reabilitação, onde Longo estava internado. Eles começaram a se relacionar e foram morar juntos quando Natália engravidou novamente. Segundo a Promotoria, Longo voltou a usar drogas após o nascimento do filho do casal e passou a demonstrar um comportamento agressivo com Joaquim.

No dia do desaparecimento de Joaquim, a família comunicou à polícia o sumiço da criança e alegou que ele havia saído de casa durante a madrugada. Cinco dias depois, seu corpo foi encontrado no rio Pardo.

Natália foi denunciada por omissão e chegou a ser presa, mas foi liberada e respondeu em liberdade desde então. Longo, porém, está preso na Penitenciária 2, em Tremembé, desde que foi extraditado pela Espanha em 2017.

A tragédia que envolve a morte de Joaquim Ponte Marques marcou a história da cidade de Ribeirão Preto, deixando a população abalada com a crueldade do crime. O julgamento, que durou seis dias, trouxe à tona detalhes do caso e emocionou os presentes com os depoimentos dos envolvidos. Agora, com a decisão do júri, resta aguardar os próximos passos e possíveis recursos.

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