Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita: Importância do Diagnóstico Precoce e Tratamento Adequado

No terceiro sábado do mês de outubro, o Brasil celebra o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, uma data importante para conscientizar a população sobre os riscos dessa doença e para incentivar a participação de profissionais da saúde e administradores de sistemas de saúde em iniciativas que contribuam para a educação sobre o assunto. Neste ano, o destaque é a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da sífilis nas gestantes durante o período pré-natal, bem como nas mulheres e homens em geral.

A sífilis é uma doença causada pela bactéria Treponema pallidum e pode apresentar diferentes estágios e manifestações clínicas. Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior. A doença pode ser transmitida por relação sexual sem preservativo com uma pessoa infectada ou para a criança durante a gestação ou parto.

Na sífilis primária, o sinal característico é uma ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria. Essa lesão, chamada de cancro duro, não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas na virilha. A ferida desaparece espontaneamente, mesmo sem tratamento.

Na sífilis secundária, os sintomas aparecem após o desaparecimento da ferida inicial e podem incluir manchas no corpo, febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo. As manchas desaparecem em algumas semanas, mesmo sem tratamento, o que pode levar à falsa impressão de cura.

Após a fase secundária, a doença pode entrar em uma fase assintomática, em que os sinais e sintomas não são perceptíveis. Essa fase pode ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.

A sífilis terciária é o estágio mais avançado da doença e pode surgir após 1 a 40 anos do início da infecção. Nesta fase, podem ocorrer lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.

Dados do Ministério da Saúde revelam que o número de casos de sífilis no Brasil tem aumentado nos últimos anos. De janeiro a junho de 2022, foram registrados 122 mil novos casos da doença, dos quais 79,5 mil foram casos de sífilis adquirida, 31 mil em gestantes e 12 mil casos de sífilis congênita.

A sífilis congênita é uma complicação grave da doença, em que a infecção é transmitida da mãe para o bebê durante a gestação ou parto. Isso pode resultar em perdas ou lesões fetais irreversíveis, podendo levar ao aborto ou à morte do bebê. O tratamento para a sífilis congênita requer a administração de antibióticos e pode exigir a internação do bebê.

Mariana, nome fictício utilizado para preservar sua identidade, descobriu que tinha sífilis na maternidade ao dar à luz uma menina. Poucos dias após o nascimento, foi detectado que tanto ela quanto sua filha estavam com a doença. O tratamento foi iniciado, mas Mariana relata que foi um processo difícil e doloroso, principalmente para a criança.

Para prevenir a sífilis, é recomendado o uso de preservativos durante as relações sexuais. Existem testes rápidos disponíveis nas unidades básicas de saúde para detectar a infecção, e o tratamento é feito com penicilina, dependendo do estágio da doença. Durante a gestação, o tratamento da mãe e do bebê envolve o uso do medicamento por via intramuscular, e o parceiro também deve ser tratado.

É fundamental que as gestantes façam o pré-natal regularmente e realizem todos os exames necessários. É importante ressaltar que nem sempre a criança apresenta os sintomas ao nascer, mas ela deve ser acompanhada de perto pelos médicos até pelo menos os 2 anos de idade.

Diante do aumento dos casos de sífilis no país, é essencial promover a conscientização sobre os riscos da doença, os métodos de prevenção e a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado. A sífilis pode ser uma doença grave, especialmente quando transmitida para os bebês, mas com informação e cuidados adequados, é possível prevenir e tratar essa condição de forma eficaz.

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