Judô paralímpico: Atletas com deficiência visual encontram na modalidade uma ferramenta de superação e evolução

No último fim de semana, ocorreu a 9ª edição da Liga Esportiva Nescau, o maior campeonato poliesportivo do país. Com o lema “Aqui Todo Mundo joga”, o evento gratuito ofereceu 46 modalidades esportivas e reuniu cerca de 20 mil pessoas, sendo 57% de participações femininas e 10% de pessoas com deficiência.

Entre os destaques do campeonato, estavam as competições de judô paralímpico. Diversos atletas com deficiência visual participaram das lutas, mostrando toda sua habilidade e superação. Flávia Higino, nutricionista de 45 anos, acompanhava a luta de sua filha Rafaela, de 11 anos, que nasceu com glaucoma congênito. Flávia ressaltou a importância do esporte na vida de sua filha, destacando que ela desenvolveu mais disciplina e agilidade desde que começou a praticar o judô.

Outra jovem judoca com deficiência visual era Meire Costa, de 15 anos. Ela afirmou que o judô a ajuda a se desestressar e que derrubar o adversário é uma excelente forma de liberar as tensões. Cristiano Andrade, vendedor de 43 anos, também estava presente para apoiar sua filha Ana Clara de Andrade, de 15 anos, que também pratica judô e tem deficiência visual. Cristiano ressaltou que não cobra resultados da filha, apenas que ela dê o seu melhor.

Todas essas judocas treinam no CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) e são federadas pelo São Paulo Futebol Clube. Além de treinar com outros atletas com deficiência visual, elas também têm a oportunidade de lutar com atletas videntes, o que lhes proporciona mais aprendizado e técnicas.

O judô paralímpico sofre poucas adaptações em relação ao judô convencional. O início do combate só ocorre quando os atletas fazem a pegada no quimono do adversário e o árbitro avisa quando estão distantes da área de luta. Ana Gomes, técnica de judô paralímpico, destaca que os atletas acabam saindo da zona de conforto e trocam muitas experiências durante as lutas.

A participação dessas jovens judocas na Liga Esportiva Nescau mostra a importância da inclusão e do apoio ao esporte para pessoas com deficiência. Luana Carvalho, gerente de marketing da Nescau, afirmou que o evento está no caminho certo para a democratização do esporte e que os novos recordes de inscrições e participações são motivos para continuar trabalhando nesse sentido.

O judô paralímpico é uma oportunidade para esses jovens atletas com deficiência visual superarem seus limites, desenvolverem habilidades e conquistarem importantes experiências de vida. As vitórias e conquistas são recompensas do esforço e dedicação dessas judocas, que mostram que o esporte é uma ferramenta poderosa para transformar vidas.

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