Governo lança projeto de qualificação para empregadas domésticas em situação precária no Brasil, com objetivo de valorizar e garantir direitos.

Na última terça-feira (30), em Brasília, o governo brasileiro em parceria com a Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad) promoveu o lançamento de um projeto inovador voltado para a qualificação de empregadas domésticas no país. A iniciativa, intitulada “Mulheres Mil: Trabalho Doméstico e Cuidados”, vem como resposta à precariedade das condições de trabalho enfrentadas por essa categoria, composta em sua maioria por mulheres, das quais 61,5% são negras.

A falta de formalização dos vínculos empregatícios é um dos grandes desafios enfrentados pelas trabalhadoras domésticas no Brasil, com apenas 23% delas tendo carteira assinada e direitos garantidos. Diante desse cenário, o projeto busca oferecer 900 vagas em cursos de capacitação profissional, inicialmente nas cidades de Aracaju, Salvador, São Luís, São Paulo, Recife, Mesquita (RJ) e Nilópolis (RJ).

O curso de capacitação, que terá como foco principal trabalhadoras em situação de vulnerabilidade social e econômica, abordará temas relevantes como cuidados de idosos e técnicas domésticas. Uma das participantes do projeto, Ivi Souza, destacou a importância da formação para a valorização de seu trabalho, ressaltando a necessidade de garantir o cumprimento das leis trabalhistas.

Luiza Batista, coordenadora-geral da Fenatrad, expressou a esperança de que a iniciativa não se restrinja a um projeto piloto, enfatizando a importância de políticas públicas que reconheçam e valorizem a profissão de trabalhadora doméstica. O ministro Wellington Dias também reforçou o compromisso do governo com a qualificação dessas profissionais, ressaltando que a parceria com o Ministério da Educação possibilitará a implementação de um plano de qualificação em todo o país.

O lançamento do projeto foi transmitido ao vivo e conta com a expectativa de transformar a realidade das trabalhadoras domésticas no Brasil, proporcionando oportunidades de crescimento profissional e valorização do trabalho prestado por essas mulheres, que desempenham um papel fundamental na sociedade. A iniciativa visa, ainda, combater as desigualdades de classe, gênero, raça e outras interseccionais que permeiam a profissão.

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