O corpo de Jaqueline foi encontrado por volta das 16h de terça-feira (19) por bombeiros de Bento Gonçalves e de Porto Alegre. Ela estava em um carro preso ao cinto de segurança, que foi encontrado a 300 metros da ponte de Santa Bárbara, em São Valentim do Sul. Essa estrutura foi levada pelas enxurradas do dia 5 de setembro.
Após o sepultamento de Jaqueline, sua filha mais velha, Tainara Letícia da Silva, de 28 anos, afirmou que irá pedir a guarda dos três irmãos mais novos, uma menina de 13 anos e dois meninos de 7 e 8 anos. A família reside em Guaporé, na serra gaúcha.
Segundo informações, Jaqueline estava visitando o namorado, Rogério Godofredo de Oliveira, de 37 anos, na ocasião do temporal. O corpo de Rogério foi encontrado preso a galhos à margem do rio em um distrito de Santa Tereza no dia 6 de setembro. Acredita-se que o casal não tenha percebido que a ponte havia sido derrubada pela água e caíram no rio Taquari.
Em relação ao carro de Rogério, ele havia sido comprado pouco antes da tragédia. Mesmo sendo encontrado no dia 6, o corpo de Rogério só foi identificado no dia 8. A mãe dele comunicou a família de Jaqueline sobre a possibilidade de ela estar entre as vítimas. A família passou quase uma semana sem informações e temendo que o corpo estivesse em algum Instituto Médico-Legal sem identificação.
Os filhos de Jaqueline são de três relacionamentos diferentes. As três filhas mais velhas, fruto do primeiro relacionamento, já viviam longe de casa. Jaqueline morava com os dois filhos mais novos. Um dos filhos estava aos cuidados de uma madrinha e os outros três foram encaminhados a uma casa de acolhimento enquanto Jaqueline enfrentava uma crise financeira, que resultou no corte de luz e água em sua residência.
Agora, Tainara, que é casada e mãe de uma criança de três anos, pretende pedir na Justiça a guarda dos três irmãos mais novos, contando com a ajuda das estruturas de assistência social e mobilizando ações beneficentes que foram estabelecidas no Vale do Taquari desde a tragédia.
Segundo a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, já são 49 mortes confirmadas e nove pessoas seguem desaparecidas. Além disso, há 753 desabrigados na região. A enchente trouxe um grande estrago para a região, afetando várias famílias e deixando um rastro de destruição.
