Brasileiro condenado à prisão perpétua nos EUA escapa e é capturado após duas semanas de fuga

Na última quarta-feira (13), o júri que condenou à prisão perpétua o brasileiro Danilo Cavalcante, capturado nos Estados Unidos após duas semanas fugindo da polícia, levou apenas 15 minutos para tomar sua decisão. A condenação foi pelo assassinato da ex-namorada Deborah Evangelista Brandão em abril de 2021, na Pensilvânia. 

Durante o julgamento, foram apresentados relatos de dois repórteres da imprensa local, que acompanharam o caso desde o início. De acordo com a acusação, Cavalcante e Deborah tinham um relacionamento abusivo. Ela era vítima de violência doméstica e o brasileiro, considerado um namorado ciumento e agressivo. 

Em junho de 2020, a polícia foi chamada ao apartamento onde o casal vivia em Royersford, após Deborah afirmar que Cavalcante a atacou durante uma discussão, mordendo seus lábios e expulsando-a de casa com os filhos. Um boletim de ocorrência por agressão foi registrado, e mesmo com a promessa de se entregar por intermédio de uma irmã, o brasileiro não cumpriu sua palavra. 

Em dezembro do mesmo ano, Deborah conseguiu uma medida protetiva contra Cavalcante, após ele a perseguir com uma faca. No entanto, a medida foi suspensa em março de 2021 devido à falta de comparecimento da brasileira a uma audiência. 

No mês seguinte, Cavalcante foi até a casa da ex-namorada armado com uma faca e a confrontou, ameaçando matá-la. Ele a esfaqueou mais de 30 vezes na presença dos filhos, que conseguiram pedir ajuda para uma vizinha. Deborah foi levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. 

A promotora do caso, Deb Ryan, afirmou que na véspera do crime, Cavalcante invadiu o perfil da vítima no Instagram para espioná-la. Em resposta, Deborah o ameaçou informando que ele era acusado de um assassinato no Brasil. 

O defensor público Sameer Barkawi, que representou Cavalcante no processo, argumentou que o brasileiro perdeu o controle no calor do momento e que carregava uma faca apenas para pressionar Deborah. Ele também citou os problemas de infância de Cavalcante, que teria sofrido abusos e se envolvido com drogas e álcool. 

Durante o julgamento, Cavalcante afirmou que não tinha uma motivação específica para o crime e que a situação fugiu do controle durante a briga com Deborah. Ele disse estar arrependido e escreveu uma carta de des Desculpas para os filhos da vítima. 

Após cometer o crime, Cavalcante recebeu a ajuda de dois amigos para se limpar do sangue, trocar de roupas e abastecer o carro. Horas depois, ele foi preso no estado da Virgínia. Os amigos testemunharam contra o brasileiro em troca de imunidade. 

O julgamento aconteceu na corte do condado de Chester, comandado pelo juiz Patrick Carmody, e contou com um tradutor. O magistrado afirmou que se Cavalcante estivesse realmente arrependido, teria se declarado culpado e evitado que sua filha, na época com 9 anos, precisasse testemunhar. Em português, Carmody chamou o brasileiro de “homem pequeno”.

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