A cerimônia de abertura do evento acontecerá no dia 19 deste mês, às 9h, e começará com uma contação de história sobre Nilópolis. A Flic se estenderá até o dia 24, sempre das 8h30 às 18h. Durante esses dias, os visitantes poderão conferir uma série de atividades relacionadas à literatura e à cultura local.
Segundo Ester Braga, produtora executiva e coordenadora de programação do festival, o objetivo da Flic é dar destaque à cadeia criativa e produtiva da Baixada Fluminense. A escolha de Nilópolis como local para o evento se deu pela expressão cultural que o município apresenta. Ester explica que, no passado, o parque onde será realizada a Flic abrigava índios tamoios, sendo posteriormente ocupado por fazendas e quilombos. Essa região possui um contexto cultural rico e representativo, que será valorizado durante o festival.
Com o intuito de trazer essa expressão cultural para o palco, a Flic contará com a participação de artistas da Baixada Fluminense e da cadeia produtiva local. O evento contará com espaços voltados para diferentes públicos, como o Espaço Expositivo, que terá um coreto para contação de histórias, o Espaço Kid, com oficinas infantis, e o Espaço Multicultural, com palestras e rodas de conversa.
Além disso, a Flic homenageará mulheres negras que tiveram papel importante na história cultural da região. O Espaço Expositivo leva o nome da escritora Conceição Evaristo, o Espaço Kid homenageia Tia Nilda, da Mocidade Independente de Padre Miguel, o Espaço Multicultural é em memória de Tia Celuta, da Portela, e o Palco Principal se chama Tia Ciata, a matriarca do samba. A patrona do evento é a escritora e poetisa Elisa Lucinda.
Durante a Flic, também será dedicado espaço para autores independentes, que poderão expor seus livros e fazer lançamentos. Editoras negras, como a Malês e a Kitabu, estarão presentes, assim como a Editora Eldorado, que contará com escritores indígenas em seu estande.
A curadoria do festival, responsável por selecionar os participantes e organizar a programação, é de Tiago Cardoso, ator, diretor e professor nascido e criado na Baixada Fluminense.
Mais de 90% da programação da Flic será realizada por artistas da região, incluindo palestras, oficinas, rodas de conversa, apresentações teatrais, musicais e de dança. O evento conta ainda com contação de histórias guiadas, que acontecem diariamente às 8h30 e às 13h30, e uma apresentação especial destinada a alunos das escolas públicas da Baixada no dia 19, às 15h.
Além disso, a Flic reservou um momento especial para as crianças, com o espetáculo ABRAKBÇA, do educador Renan Inquérito, que será exclusivo para alunos das escolas estaduais e municipais da região. O espetáculo contará a história do rap e sua importância na cultura, ligando-a com a educação e a leitura.
A Flic terá também um cortejo de abertura, composto por indígenas, negros e europeus, acompanhados de atabaques, rodas de capoeira e mães de santo, como uma homenagem ao passado histórico do Parque Natural Municipal do Gericinó. A Secretaria Municipal de Cultura de Nilópolis está responsável pela preparação dessa solenidade.
A expectativa é que a primeira edição da Flic seja um sucesso, reunindo leitores, escritores, artistas e amantes da cultura para celebrar a literatura e a arte na Baixada Fluminense. A entrada é franca e o evento é aberto para todas as idades.