Ronaldinho Gaúcho rejeita vínculos com a empresa 18k durante interrogatório na CPI das Pirâmides Financeiras.

O ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho compareceu à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras nesta quinta-feira (31) para prestar depoimento. Durante seu depoimento, o ex-jogador negou ser fundador ou sócio da empresa 18k Ronaldinho Comércio e Participações Ltda, ao contrário do que vem sendo divulgado pela CPI. Ronaldinho afirmou que os verdadeiros sócios da empresa são Raphael Horácio Nunes de Oliveira e Marcelo Lara Marcelino, e que estes utilizaram indevidamente seu nome para criar a razão social da empresa.

Ele também declarou que jamais autorizou o uso de seu nome e imagem pela empresa e que foi vítima dos sócios da mesma. O ex-jogador revelou que em 2016, assinou um contrato com a empresa americana 18k Watch Corporation para a criação de uma linha de relógios com sua imagem. Posteriormente, em julho de 2019, ele assinou um contrato com a empresa brasileira 18k Watch Comércio Atacadista e Varejista de Negócios, propriedade de Marcelo Lara, autorizando o uso de sua imagem para outros produtos além dos relógios. No entanto, esse contrato foi rescindido em outubro de 2019 e nunca chegou a ser executado.

Segundo Ronaldinho, em 2020, seu irmão Roberto de Assis Moreira descobriu que sua imagem estava sendo usada indevidamente pela empresa 18k Ronaldinho Comércio e Participações Ltda, que realizava compra e venda de moedas bitcoins. O ex-jogador ressaltou que nunca autorizou essa empresa a usar seu nome e imagem. Durante seu depoimento, ele também reiterou que nunca fez propaganda para a 18k Ronaldinho.

No início da sessão, o presidente da CPI, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), destacou que Ronaldinho foi convocado para depor por ter usado sua credibilidade para levar milhares de brasileiros a investir em uma empresa que prometia lucro fácil, sendo considerada uma pirâmide financeira. O deputado questionou se as acusações contra o ex-jogador eram sem fundamento, porém Ronaldinho preferiu se calar.

Durante o depoimento, o relator da CPI, deputado Ricardo Silva (PSD-SP), exibiu campanhas publicitárias de criptoativos em que Ronaldinho aparece, mas o ex-jogador afirmou que as imagens foram usadas indevidamente, apenas para as campanhas dos relógios. Ronaldinho ficou em silêncio quando questionado se percebeu que milhares de pessoas estavam sendo vítimas de uma fraude.

Diversos deputados se mostraram surpresos pelo fato de Ronaldinho não ter processado a empresa pelos danos causados. O ex-jogador declarou que irá processar os sócios da empresa assim que eles forem encontrados pela polícia.

A CPI das Pirâmides Financeiras foi instalada em junho e tem o prazo de 120 dias para concluir os trabalhos, prazo esse que pode ser prorrogado por mais 60 dias mediante requerimento assinado por 1/3 dos deputados. A comissão tem como objetivo investigar esquemas de pirâmides financeiras que utilizem criptomoedas. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aponta que 11 empresas realizaram fraudes utilizando moedas digitais, com a divulgação de informações falsas e promessas de rentabilidade alta para atrair vítimas e sustentar o esquema de pirâmide.

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