Margarida Alves é oficialmente reconhecida como heroína da Pátria através da nova legislação aprovada.

Foi sancionada nesta quinta-feira (17) a lei que reconhece Margarida Alves como heroína das ligas camponesas e dos trabalhadores rurais do Brasil e a inscreve no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, também conhecido como Livro de Aço. Margarida Alves foi uma líder sindical que foi brutalmente assassinada em 1983 por lutar pelos direitos dos camponeses.

Margarida, que nasceu em Alagoa Grande, no Brejo da Paraíba, em 1933, se tornou um símbolo da luta por direitos para aqueles que vivem no campo. Durante 12 anos, ela foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, onde trabalhou incansavelmente pela reforma agrária, contra a violência e pela educação dos trabalhadores rurais.

Além disso, Margarida também foi responsável por fundar o Movimento Mulheres do Brejo e o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural, em parceria com o renomado educador Paulo Freire. Seu trabalho e dedicação em prol dos direitos dos trabalhadores rurais e das mulheres a tornaram uma figura emblemática e inspiradora.

Três meses antes de ser assassinada, Margarida proferiu um discurso emocionante no Dia do Trabalho, no qual declarou: “da luta eu não fujo. É melhor morrer na luta do que morrer de fome”. Infelizmente, essa coragem e determinação custaram sua vida. Em agosto de 1983, aos 50 anos, ela foi alvejada por um tiro de espingarda no rosto, após receber diversas ameaças de latifundiários da região.

Apesar de sua morte ter sido denunciada pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, o crime político nunca foi devidamente resolvido. Embora os executores tenham sido presos após a denúncia do Ministério Público, acabaram sendo absolvidos posteriormente.

Agora, o nome de Margarida Alves junta-se a outros heróis e heroínas no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, que fica abrigado no Panteão da Pátria, em Brasília. Essa honraria é concedida a pessoas que dedicaram suas vidas às lutas por um país melhor. Entre os nomes já registrados no livro, encontram-se Antonieta de Barros, Zumbi dos Palmares, Chico Mendes, Dandara dos Palmares, Nise Silveira, Zuzu Angel e Chico Xavier.

Vale ressaltar que a inclusão de um novo nome no Livro de Aço requer a aprovação de uma lei pelo Congresso Nacional e a sanção do Presidente da República. Além disso, a pessoa homenageada deve ter falecido há pelo menos 10 anos. Com a inclusão de Margarida Alves, o Livro agora conta com um total de 65 nomes de heróis e heroínas que deixaram um legado marcante na história do Brasil.

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