Segundo a acusação, os acusados foram identificados como pessoas com uma orientação sexual considerada não tradicional, e teriam demonstrado apoio às opiniões e atividades de uma associação pública internacional LGBT, que é proibida na Rússia. Esse caso específico chamou atenção por ser o primeiro desse tipo, mas não é o único episódio de repressão contra a comunidade LGBTQIA+ no país.
Nos últimos meses, diversos cidadãos russos foram multados por publicarem fotos com bandeiras arco-íris e, em um caso polêmico, duas mulheres foram punidas por divulgarem nas redes sociais um vídeo em que aparecem se beijando. Essas ações evidenciam um cenário de crescente intolerância e perseguição contra aqueles que não se enquadram nos padrões sexuais tidos como “tradicionais”.
A legislação russa já proíbe desde 2013 a “propaganda” de “relações sexuais não tradicionais” entre menores, e no final de 2022 essa proibição foi ampliada para abranger qualquer tipo de propaganda LGBTQIA+ nos meios de comunicação, internet, livros e filmes. Essas medidas têm sido duramente criticadas por organizações de direitos humanos e pela comunidade internacional, que tem se manifestado contra a violação da liberdade de expressão e dos direitos das minorias sexuais na Rússia. A situação continua a ser acompanhada de perto por instituições e ativistas que lutam pela igualdade e pela proteção dos direitos LGBTQIA+.