Prevalência de diabetes gestacional cresce no Brasil e no mundo, revela pesquisa da Sociedade Brasileira de Diabetes.

O diabetes gestacional é uma condição que pode causar um choque em futuras mães. Muitas delas se perguntam se precisarão abrir mão dos doces e se a saúde do bebê será afetada. Infelizmente, esse diagnóstico tem se tornado cada vez mais comum, com a prevalência do diabetes mellitus gestacional (DMG) crescendo tanto no Brasil quanto no mundo.

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Diabetes, estima-se que de 16% a 18% dos nascidos vivos no Brasil são gerados por mulheres que tiveram alguma forma de hiperglicemia durante a gravidez. Essa porcentagem varia de 3% a 25% em todo o mundo, o que significa que de 200 a 300 milhões de bebês nascem anualmente de mães com algum tipo de hiperglicemia.

O diabetes mellitus gestacional é caracterizado por hiperglicemia detectada durante a gravidez, mas que não atinge os critérios diagnósticos para diabetes mellitus. Já o diagnóstico de diabetes mellitus durante a gestação é feito em pacientes sem diagnóstico prévio da doença, mas que apresentam hiperglicemia detectada na gravidez.

Além disso, há casos em que as mulheres já têm o diagnóstico de diabetes mellitus (tipo 1 ou tipo 2) antes de engravidarem. Essas gestações em pacientes diabéticas correspondem a aproximadamente 8% dos casos de diabetes gestacional no Brasil.

Durante a gestação, os hormônios produzidos pelo corpo da mulher podem levar ao desenvolvimento de intolerância à glicose. A quantidade de insulina necessária para metabolizar a mesma quantidade de glicose é aumentada em seis vezes durante a gestação. Isso significa que as mulheres com DMG precisam produzir seis vezes mais insulina para metabolizar a mesma quantidade de carboidratos em comparação às que não estão grávidas.

A detecção da hiperglicemia pode ser feita no exame de rotina da gestante, com o exame de glicemia em jejum. Se houver alguma alteração, o tratamento pode ser indicado, sendo a dieta ou a aplicação de insulina as opções mais comuns.

O diagnóstico definitivo de diabetes gestacional é feito por meio de um teste oral de tolerância à glicose entre a 20ª e a 24ª semana de gestação. Esse teste é importante, pois o organismo apresenta um pico de glicemia a partir da 20ª semana devido aos hormônios produzidos durante a gestação.

É fundamental realizar o rastreamento pré-natal, pois a hiperglicemia durante a gravidez pode trazer complicações tanto para a mãe quanto para o bebê. No primeiro trimestre, as complicações podem incluir malformação do bebê, cardiopatia e risco de óbito fetal intrauterino. Nos segundo e terceiro trimestres, os riscos principais são macrossomia fetal e dificuldades no parto para a mãe.

Outra preocupação é que cerca de 7 em cada 10 mulheres que são diagnosticadas com diabetes gestacional durante a gravidez desenvolvem diabetes após o parto. Por isso, o acompanhamento e o controle da doença são essenciais para garantir a saúde da mãe e do bebê.

No entanto, é importante ressaltar que cada caso é único e que o acompanhamento médico é fundamental para o bom desenrolar da gestação. Com um tratamento adequado e o devido cuidado, muitas mulheres conseguem passar pela gravidez com saúde e sem complicações.

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