pressão de Biden sobre Netanyahu é limitada diante de problemas internos e resistência de eleitores a solução de dois Estados.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, manifestou sua preocupação com a guerra em Gaza, após ter uma conversa com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu. Durante a ligação, Biden enfatizou a “necessidade crítica” de proteger a população civil durante o conflito e permitir o deslocamento de civis para áreas seguras. No entanto, as declarações de Netanyahu demonstraram que ele não estava disposto a acatar os apelos do aliado, afirmando que os Estados Unidos não o convenceram a reduzir a ação militar e que estava disposto a intensificar os ataques.

Para Netanyahu, é crucial obter uma vitória para manter-se politicamente vivo, mesmo diante das críticas internacionais sobre os métodos violentos usados em sua abordagem. Por outro lado, Biden enfrenta a desaprovação de quase 60% dos americanos em relação à sua conduta em relação à guerra. O presidente pode denunciar a brutalidade da incursão para evitar um divórcio com eleitores jovens da base democrata, mas não tem condições de abandonar a parceria histórica com Israel.

A opinião do eleitorado israelense também desempenha um papel decisivo nesse contexto. A maioria dos eleitores israelenses acredita que o país segue as regras internacionais da guerra e que o sofrimento dos civis deve contar pouco ou nada para o planejamento do conflito. Além disso, as declarações de Netanyahu desafiaram a ideia de avançar para uma solução para o estabelecimento de dois Estados na região, chegando a afirmar que se orgulha de ter trabalhado contra a formação de um Estado palestino.

Diante desse contexto, a pressão de Biden sobre Israel é limitada, dadas as dificuldades internas que enfrenta e a importância estratégica da parceria histórica com o país. Enquanto isso, Netanyahu aposta em uma resposta rápida e eloquente para garantir sua sobrevivência política, ainda que enfrente críticas e desafios internacionais.

Esse cenário de tensão e desafios políticos demonstra a complexidade das relações internacionais, especialmente em contextos de conflitos e disputas territoriais delicadas. A situação em Gaza envolve não apenas questões de segurança e direitos civis, mas também interesses geopolíticos e políticos internos que precisam ser cuidadosamente considerados e abordados.

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