Presidente do CNJ critica afastamento de juíza da Lava Jato em decisão polêmica e gera clima tenso em sessão.

Na última sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o presidente Luís Roberto Barroso se destacou como o maior defensor da revogação da medida que afastou a juíza substituta da 13ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt. Durante a reunião, Barroso pediu a palavra logo após o voto do corregedor, ministro Luís Felipe Salomão, o que não é comum, já que o presidente geralmente vota por último.

Com um tom de voz enfático, Barroso fez duras críticas ao colega e considerou as imputações contra Gabriela Hardt como exageradas. Para ele, a juíza não cometeu infração ou crime que justificasse seu afastamento sumário. Barroso afirmou que a decisão de Salomão de afastar monocraticamente os magistrados de suas atividades um dia antes da sessão do CNJ foi prematura e desnecessária.

Além de Gabriela Hardt, também foram afastados o atual titular da 13ª Vara Federal em Curitiba, juiz Danilo Pereira Júnior, e os desembargadores do TRF-4 Thompson Flores e Loraci Flores. O presidente do CNJ criticou o fato de Salomão ter tomado essa decisão sem a deliberação do plenário.

Barroso solicitou vista sobre a instauração do processo disciplinar contra os magistrados, alegando que não teve tempo suficiente para estudar o conjunto de fatos imputados a eles. A próxima sessão do conselho ficou marcada para 21 de maio.

Gabriela Hardt foi responsável pelas investigações da Lava Jato em Curitiba após a saída de Sérgio Moro. Ela foi quem homologou o acordo para a criação de uma fundação privada abastecida com recursos recuperados pela operação. Segundo Salomão, os atos da juíza podem ser enquadrados em crimes como peculato, corrupção privilegiada e corrupção passiva, e os indícios serão encaminhados para a Justiça.

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