O presidente Lula, juntamente com outros líderes da esquerda, tem defendido a necessidade de aproximação dos progressistas com os evangélicos, embora estes tenham tendências conservadoras, e até mesmo ultradireitistas. Essa estratégia tem gerado discussões sobre o papel do Estado laico e a concessão de vantagens fiscais excessivas a entidades religiosas.
A PEC em questão busca expandir as isenções já existentes para templos religiosos, eliminando tributações indiretas, como aquelas incidentes na compra de materiais de construção para igrejas. O deputado Crivella afirmou que Lula estaria disposto a promulgar a emenda na Páscoa, gerando controvérsias sobre a separação entre Estado e religião.
A criação de igrejas no Brasil tem se tornado um negócio lucrativo, com líderes religiosos acumulando riquezas e bens materiais. O mercado religioso, muitas vezes, permite desvios e golpes contra a fé dos fiéis, evidenciando a falta de fiscalização e transparência nas movimentações financeiras.
Além disso, a influência política das igrejas, representada pela chamada bancada da Bíblia, gera preocupações sobre a interferência de interesses religiosos nas decisões governamentais. A Teocracia e o moralismo religioso têm ganhado espaço na administração pública, com propostas conservadoras que vão de encontro aos princípios democráticos.
Portanto, a discussão em torno da PEC que amplia a isenção fiscal para igrejas levanta questões importantes sobre a separação entre Estado e religião, o papel das instituições religiosas na sociedade e a necessidade de garantir a transparência e o controle sobre as atividades dessas entidades. Aproximar-se da base evangélica não deve significar abrir mão dos princípios republicanos e da laicidade do Estado.