A reportagem percorreu diferentes bairros da cidade e constatou a falta generalizada de álcool em gel, pão, ovos e, principalmente, água. Nos mercados visitados, como o Zaffari do shopping Bourbon Ipiranga e o Gesepel no bairro do Bonfim, a situação era alarmante, com consumidores enfrentando filas extensas em busca de água potável. A escassez desse recurso essencial tem levado muitos a buscar alternativas, como refrigerantes e sucos, que são substitutos inadequados.
A falta de água e de suprimentos tem levado parte da população a buscar refúgio no litoral do estado ou em Santa Catarina, fugindo das consequências das chuvas que assolaram a região. O prefeito Sebastião Melo tem incentivado os moradores a deixarem a cidade, aumentando a procura por postos de combustíveis e causando congestionamentos nas estradas.
A Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS) assegura que a situação não é de desabastecimento, mas sim de alta demanda e logística lenta de reposição. A falta de funcionários para realizar essa reposição tem sido um dos desafios enfrentados pelo setor supermercadista.
Além disso, alguns moradores têm recorrido a medidas extremas, como pagar altos valores por caminhões-pipa para abastecer suas cisternas. A situação desesperadora em que se encontra parte da população de Porto Alegre evidencia a gravidade da crise causada pela falta de água e de suprimentos básicos.
Enquanto alguns tentam lidar com a situação na cidade, outros tomam a decisão de deixar Porto Alegre em busca de melhores condições, como é o caso de Alexandre de Souza, que levou sua família para Capão da Canoa em busca de tranquilidade na praia. A incerteza sobre o futuro da cidade e a busca por segurança têm motivado muitos moradores a deixarem suas casas em busca de um lugar mais seguro e abastecido.
