Ministro das Relações Exteriores do Brasil dá resposta dura a posicionamento de Israel em encontro do G20

A reunião do G20, que acontece na Marina da Glória, está causando controvérsia e tensões diplomáticas entre diversos países. Além dos conflitos já existentes, como o da Rússia e Ucrânia e o de Israel e Hamas em Gaza, novos atritos surgiram durante o encontro.

O presidente brasileiro, Lula, desencadeou uma crise diplomática com Israel ao ser declarado “persona non grata” pelo governo israelense. Além disso, o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, também foi declarado “persona non grata” pela Argentina, após visita às Ilhas Malvinas. Já o chanceler russo, Serguei Lavrov, desembarcou no Brasil em meio à guerra com a Ucrânia e à morte não elucidada do opositor Alexei Navalny na prisão.

Em meio a esse contexto conturbado, é esperada a realização de uma segunda reunião de chanceleres do G20, que acontecerá à margem da Assembleia-Geral da ONU em setembro. Segundo o governo brasileiro, essa será a primeira vez que os ministros das Relações Exteriores se reunirão na sede da ONU, o que será interpretado como um forte gesto diplomático. O Brasil busca enfatizar a necessidade de aproximar as discussões no âmbito da ONU e do G20, e avançar de forma decidida rumo a uma reforma ampla das instituições da governança global.

Após as manifestações do governo de Benjamin Netanyahu, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, reagiu de maneira dura, chamando as declarações de “inaceitáveis” na forma e “mentirosas” no conteúdo. Vieira afirmou que “recorrer sistematicamente à distorção de declarações é vergonhosa página da história da diplomacia de Israel”.

Além disso, acusou o ministro israelense Israel Katz de distorcer posições do Brasil para tirar proveito em política doméstica, enquanto Israel vive um “massacre em curso em Gaza, onde 30 mil civis palestinos já morreram, em sua maioria mulheres e crianças, e da população submetida a deslocamento forçado e a punição coletiva”. Isso tem levado ao crescente isolamento internacional do governo Netanyahu, segundo ele, fato que estaria refletido nas deliberações em andamento na Corte Internacional de Justiça, a mais alta instância jurídica da ONU. “É este isolamento que o titular da chancelaria israelense tenta esconder. Não entraremos nesse jogo. E não deixaremos de lutar pela proteção das vidas inocentes em risco”, ressaltou.

A reunião do G20, que deveria ser pautada pela busca de soluções para questões globais, acabou se tornando um cenário de atritos e tensões entre diversas nações, mostrando que as instituições internacionais atuais não estão sendo eficazes na resolução de conflitos e na garantia da paz e segurança global.

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