Governo de Lula planejava pedidos de desculpas nos 60 anos do golpe antes de veto – Folha de São Paulo

O governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do partido dos Trabalhadores (PT), tinha grandes planos para marcar os 60 anos do golpe militar que ocorreu no Brasil, mas todas essas iniciativas foram vetadas pelo atual presidente. Entre as ações planejadas estavam a produção de um vídeo no famoso canal de humor Porta dos Fundos, eventos com celebridades e a transformação do antigo DOI-Codi em memorial em São Paulo, que foi um dos principais centros de repressão e tortura durante o regime militar. Essa decisão de vetar toda a campanha relacionada à memória da ditadura militar foi amplamente criticada pela sociedade civil.

O motivo por trás desse veto foi a tentativa de evitar confrontos com as Forças Armadas, especialmente após o avanço das investigações sobre a articulação golpista envolvendo o presidente Jair Bolsonaro e militares que resultou nos ataques de janeiro de 2023. O Ministério dos Direitos Humanos já havia elaborado uma série de documentos e planos de comunicação para as ações relacionadas ao aniversário do golpe militar, incluindo convites a autoridades e a proposta de transformar antigos locais de tortura em memoriais.

Mesmo após o presidente vetar todas essas iniciativas, o Conselho Nacional de Direitos Humanos, órgão vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos, tomou medidas relacionadas à ditadura e enviou recados ao presidente Lula. O orçamento federal destinado às ações e políticas públicas envolvendo a promoção da anistia e da memória sobre a ditadura militar teve uma queda significativa de 96% em uma década, o que levantou preocupações sobre a preservação da história e da memória do país.

Essa situação gerou um debate intenso sobre a importância de lembrar e refletir sobre os períodos sombrios da história brasileira, especialmente em um momento em que o país passa por crises políticas e institucionais. A decisão do presidente em vetar as ações relacionadas aos 60 anos do golpe militar causou impacto e gerou críticas, ressaltando a importância de preservar a memória e garantir que fatos históricos não sejam esquecidos.

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