Yekaterina Mizulina, uma ativista conhecida por defender a censura na Internet e ligada ao governo russo, afirmou que é cínico organizar um evento festivo em um momento em que os soldados russos estão morrendo em operações militares. Suas declarações refletem a indignação de muitos setores da sociedade russa diante da festa, que foi vista como insensível e inadequada dadas as circunstâncias atuais.
Além disso, a festa de Natal gerou controvérsia devido à postura ultraconservadora adotada pelo presidente Putin nos últimos anos. O governo russo tem promovido uma agenda que vai de encontro aos valores e comportamentos considerados como “decadentes do Ocidente”. Isso inclui a rejeição de resoluções sobre educação sexual e direitos reprodutivos na ONU, bem como a classificação de ativistas do movimento LGBT como “extremistas” pela Corte Suprema.
Com a eleição marcada para março, o governo Putin tem reforçado esse discurso conservador, promovendo políticas de incentivo à natalidade e atacando o que considera como influências negativas da cultura ocidental. Essas ações têm recebido críticas de diversos setores da sociedade russa, que veem a festa de Natal como mais um exemplo da desconexão do governo com as necessidades e preocupações do povo.
A oposição à festa de Natal e à postura conservadora do governo tem ganhado espaço na imprensa e nas redes sociais, e muitos esperam que essa polêmica tenha impacto nas próximas eleições. Enquanto isso, o Kremlin enfrenta o desafio de lidar com a insatisfação popular e as críticas internacionais diante de suas políticas e ações recentes. A celebração do Natal se tornou um símbolo das tensões e divisões que marcam a política e a sociedade russa atual.
