Emissões de metano nos EUA podem ser três vezes maiores do que o estimado, revela estudo publicado na revista Nature

Um recente estudo publicado na revista Nature revelou que grandes produtores de petróleo e gás nos Estados Unidos podem estar emitindo três vezes mais metano do que as estimativas oficiais. O metano é um gás extremamente poderoso que contribui para o aquecimento global, sendo liberado principalmente durante as operações de extração e processamento de combustíveis fósseis.

Segundo os pesquisadores, mais de 9% do gás natural produzido em algumas partes do Novo México estava escapando para a atmosfera. Essas emissões representam um grave problema para o meio ambiente, intensificando o aquecimento global e contribuindo para eventos climáticos extremos, como aumento do nível do mar, tempestades mais intensas e secas prolongadas.

O estudo, liderado por pesquisadores da Universidade de Stanford e da consultoria Kairos Aerospace, analisou cerca de um milhão de medições coletadas em regiões produtoras de petróleo e gás nos Estados Unidos. Os resultados mostraram que as emissões de metano nessas regiões totalizaram cerca de 6,2 milhões de toneladas por ano, equivalente às emissões anuais de gases de efeito estufa de 20 milhões de residências.

Os cientistas enfatizaram a importância de investigar e resolver as altas taxas de emissão de metano em locais específicos, como o Novo México, onde a liberação de gás natural não queimado é mais comum. Além disso, ressaltaram a necessidade de obter medições mais precisas das emissões de metano, especialmente vindas da indústria de petróleo e gás.

Diante desse cenário, a Agência Internacional de Energia alertou que as emissões de metano do setor de energia permanecem em níveis próximos de recordes em 2023. Para atingir as metas climáticas internacionais estabelecidas pelo Acordo de Paris, as emissões de metano provenientes de combustíveis fósseis precisam diminuir 75% nesta década.

Para cumprir esse objetivo, governos e grandes empresas do setor se comprometeram a reduzir substancialmente as emissões de metano até 2030. Medidas como a detecção e correção de vazamentos de metano, além de investimentos em tecnologias mais limpas, são fundamentais para combater as emissões de gases de efeito estufa e mitigar os impactos das mudanças climáticas.

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