Disputa ideológica em bibliotecas, livrarias e escolas gera aumento de censura a livros nos EUA e Brasil

Recentemente, bibliotecas, livrarias e escolas têm sido palco de uma disputa ideológica que tem chamado a atenção de diversos grupos na sociedade. Em países como Estados Unidos e Brasil, grupos conservadores têm se organizado para pedir e, em muitos casos, conseguir a censura de livros com certas temáticas, especialmente aquelas relacionadas a questões LGBTQIA+, identidade racial, citações ao diabo e até mesmo a presença de duendes.

De acordo com a American Library Association, nos Estados Unidos, a catalogação de casos de censura acontece há duas décadas e houve um aumento significativo nos últimos anos. Em 2022, foram censurados 2.571 títulos no país, mais de três vezes a quantidade de 2021. Um exemplo notório foi a censura da HQ “Gênero Queer”, de Maia Kobabe, que se tornou a obra mais contestada em bibliotecas americanas.

No Brasil, os últimos sete anos acumulam uma série de casos de restrições de livros, alguns dos quais geraram grande repercussão, como a censura a um gibi na Bienal do Livro do Rio em 2019, a pedido do então prefeito Marcelo Crivella. Além disso, houve tentativas mais silenciosas, como a determinação do governador catarinense, Jorginho Mello, no final de 2023. Em resposta a esses episódios, grupos têm protestado e movimentos como clubes de leitura só com livros proibidos têm surgido.

Para discutir por que livros ainda são censurados na atualidade, o Café da Manhã entrevistou Sandra Reimão, professora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP. Reimão é autora do livro “Repressão e Resistência: Censura a Livros na Ditadura Militar” e coautora de “Resistência: Leitores, Autores, Livreiros, Editores e Censura a Livros no Brasil de 2019 a 2022”.

O programa, que é publicado de segunda a sexta-feira no começo do dia, é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com produção de Laila Mouallem e Victor Lacombe, e edição de som de Thomé Granemann. O episódio está disponível no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha, especializado em música, podcast e vídeo.

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