Cemitério São Paulo oferece visitas monitoradas para explorar seu patrimônio histórico e artístico

No Cemitério São Paulo, localizado no bairro de Pinheiros, na zona oeste da capital, uma série de esculturas em liga metálica chama a atenção dos visitantes. Uma dessas esculturas, intitulada “Ausência” e criada em 1944 pelo italiano Galileo Emendabili, retratava o luto de um pai e seu filho diante de uma mesa vazia, simbolizando a falta da mãe. No entanto, ao longo do tempo, o banco e a escultura do pão foram vandalizados, restando apenas a mesa de metal e as duas estátuas.

De acordo com informações do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de São Paulo), essa escultura era a preferida do homem responsável pelo projeto do mausoléu mais importante de todo o estado, Galileo Emendabili. Vale destacar que ele também foi o criador do Obelisco do Ibirapuera, onde estão sepultados os heróis da Revolução Constitucionalista de 1932.

Apesar das obras que foram danificadas, o cemitério abriga diversos túmulos ilustres e obras de arte de valor histórico inestimável. A partir deste domingo (29), serão realizadas visitas monitoradas que apresentarão o patrimônio do Cemitério São Paulo, com a participação de uma historiadora e um roteirista da Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais.

Essa iniciativa é a segunda do gênero na cidade desde que os cemitérios municipais foram repassados à iniciativa privada. O Cemitério da Consolação também começou a receber visitas turísticas neste mês. No entanto, é importante ressaltar que a concessão para a administração desses espaços resultou em um aumento dos preços dos serviços funerários básicos para a população.

O idealizador do projeto realizado no Cemitério São Paulo, Thiago de Souza, destaca a importância de proteger o patrimônio que ainda resta e também de promover ações que permitam que as pessoas enxerguem e aproveitem os cemitérios de uma maneira diferente. Entre os destaques da Necrópole São Paulo estão obras de artistas renomados, como Victor Brecheret e Alfredo Oliani, além de túmulos de personalidades marcantes da história, como o jogador de futebol Arthur Friedenreich e o cineasta José Mojica Marins, conhecido como Zé do Caixão.

As visitas turísticas serão divulgadas nas redes sociais e ocorrerão mensalmente. Além disso, a empresa responsável pela administração do cemitério, a Cortel, estuda a possibilidade de disponibilizar informações sobre as sepulturas e obras de arte através de QR codes, vinculando essa ferramenta aos passeios. No entanto, a empresa encontra dificuldades para restaurar os mausoléus e obras de arte danificadas devido ao processo de tombamento do cemitério e também devido à propriedade das famílias sobre os túmulos.

Dessa forma, a iniciativa de promover visitas monitoradas no Cemitério São Paulo busca valorizar e preservar o patrimônio histórico e artístico presente no local, promovendo uma experiência cultural e educativa para os visitantes.

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