Metade da cidade debaixo d’água: Canoas sofre com escassez de alimentos e longas filas para obtenção de mantimentos.

No último final de semana, a cidade de Canoas, localizada na região metropolitana de Porto Alegre, foi duramente atingida por uma enchente histórica que deixou metade da cidade submersa. Com aproximadamente 350 mil habitantes, a cidade se viu em uma situação de calamidade, com cerca de 153 mil pessoas sendo retiradas de suas casas devido à força das águas que romperam dois diques.

Diante dessa situação, a prefeitura de Canoas tem enfrentado grandes desafios para atender a população afetada. Com a falta de alimentos suficientes para todos, filas que chegam a ter mil pessoas se formam diariamente em busca de comida distribuída pela prefeitura. O prefeito Jairo Jorge (PSD) ressaltou a necessidade de doações para garantir que todos possam ser atendidos adequadamente.

Além da distribuição de alimentos, a cidade tem contado com a solidariedade de voluntários que se dedicam a realizar a triagem e a distribuição dos mantimentos que chegam. No entanto, o espaço disponível para essas ações não é suficiente, o que faz com que a fila se estenda pela calçada da avenida Inconfidentes, no centro da cidade.

O prefeito explicou que a inundação foi resultado do rompimento dos diques que, na verdade, deveriam proteger a cidade. O sistema de contenção instalado na década de 1960 se mostrou ineficaz diante da inundação que atingiu 5,40 metros, ultrapassando a altura máxima dos diques. Agora, a gestão municipal está elaborando um plano de engenharia para reverter o sistema de drenagem e escoar a água de volta para os rios.

A cidade também tem enfrentado problemas sociais decorrentes da falta de abrigo e comida para a população desabrigada. Boatos falsos têm circulado, como o caso de supostos abusos a crianças nos abrigos, o que foi prontamente desmentido pelo prefeito. Além disso, a cidade vizinha de Eldorado do Sul também foi fortemente afetada pelas inundações, provocando situações de saques em mercados e preocupações com a crise de abastecimento.

Diante desse cenário de caos e desespero, a solidariedade e o apoio de voluntários e autoridades têm sido fundamentais para amenizar o sofrimento da população afetada. A reconstrução e recuperação das áreas atingidas será um longo e árduo processo, mas a união e a solidariedade da comunidade são essenciais para a superação desse desafio.

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