A viúva de Marielle Franco denuncia ter sido alvo de ameaças de estupro com objetivo de “corrigi-la”.

A vereadora do Rio de Janeiro, Monica Benício (PSOL), que é viúva de Marielle Franco, denunciou à polícia do Rio, na tarde desta terça-feira, ter recebido uma ameaça de estupro através da internet. O caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) e as autoridades estão em busca de identificar o autor da mensagem.

De acordo com Monica, a ameaça foi recebida no dia 14 deste mês, através do seu e-mail oficial utilizado como vereadora. O autor se identifica como Astolfo Bozzônio Rodrigues e afirma ser doutor em Psicologia pela prestigiada Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

A vereadora não tem certeza se o nome fornecido é real, porém conseguiu identificar uma conta vinculada a esse nome na antiga rede social “X”, mais conhecida como Twitter, com publicações homofóbicas.

A mensagem recebida pela vereadora possui um teor lesbofóbico, afirmando que ser uma mulher lésbica é uma aberração. O autor da ameaça justifica o estupro como um ato corretivo, alegando que teria o poder de “corrigir” a preferência sexual da vítima. Monica destaca a violência presente na mensagem, não apenas contra uma mulher lésbica, mas contra todas as mulheres. Ela ressalta a importância de conscientizar a população de que ser lésbica não é uma doença, e que o estupro corretivo é um crime.

A vereadora relata que recebe ameaças desde 2018, quando ganhou destaque nacional após a morte de Marielle. Porém, essa é a primeira vez que ela recebe uma mensagem com esse nível de agressividade.

A Polícia Civil está empenhada em identificar a origem da mensagem e o responsável por ela. Inicialmente, os crimes investigados são racismo, ameaça, intolerância e violência política de gênero.

Essa situação levanta debates sobre a importância da segurança e proteção para as mulheres na política, especialmente aquelas que lutam por causas consideradas “controversas” pela sociedade. É fundamental que as autoridades atuem de forma rápida e eficaz para garantir que os crimes cometidos contra essas mulheres não fiquem impunes. Além disso, é imprescindível que a sociedade rejeite os discursos de ódio e promova a diversidade e o respeito pelos direitos de todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual.

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