A posição do governo brasileiro foi divulgada no domingo (8), durante uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), um dia após o início do conflito. O Brasil condenou os ataques contra civis de ambos os lados e a escalada da violência. Além disso, reiterou o compromisso com a solução de dois Estados na região, um palestino e outro israelense, e pediu paz.
No entanto, os deputados da oposição têm criticado a falta de uma condenação mais enfática ao Hamas e a classificação do grupo como terrorista. A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) afirmou que o ataque do Hamas contra Israel foi covarde, terrorista e bárbaro, e não pode ser ignorado. Ela questionou por que o presidente Lula não mencionou o grupo quando falou dos ataques.
Já a deputada Clarissa Tércio (PP-PE) pediu ajuda militar do Brasil a Israel, lembrando que soldados israelenses estiveram no país durante a tragédia de Brumadinho. Ela destacou que os Estados Unidos têm enviado ajuda militar a Israel e questionou onde está o Brasil nessa questão.
Na base governista, o deputado Helder Salomão (PT-ES) afirmou que o Brasil propõe paz e diálogo. Segundo ele, todo ato de violência e terrorismo deve ser condenado, inclusive o praticado pelo Hamas. Salomão defendeu que não há solução para os conflitos se não for por meio do diálogo e sugeriu que os Estados Unidos enviem uma missão de paz em vez de armas para a região.
Durante a discussão no Plenário, também foram feitas referências à divisão política no Brasil. O deputado Luiz Lima (PL-RJ) criticou a posição da esquerda em relação ao Hamas e à Palestina, questionando por que deputados desse campo visitam um lugar onde não se respeita a liberdade religiosa, a comunidade LGBT e a democracia.
O deputado Rogério Correia (PT-MG), por sua vez, condenou os ataques a civis e atribuiu parte da responsabilidade pelo conflito à ultradireita de Israel. Ele comparou a atuação da ultradireita no Brasil e em Israel, afirmando que ambos os governos agem de forma bélica e de opressão.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também condenou os ataques a civis e destacou a necessidade de uma análise histórica do conflito. Ela ressaltou que o Hamas não representa todos os palestinos e defendeu a solidariedade tanto ao povo judeu quanto à população da Palestina.
A guerra na região começou no último sábado, com ataques do Hamas a Israel a partir da faixa de Gaza, território palestino ao sul do país, na fronteira com o Egito. A situação tem gerado grande preocupação e debates intensos no cenário político internacional.