Os recifes na região se estendem até a costa amazônica, especificamente no bloco 59, onde a Petrobras tem interesse em perfurar um poço para exploração de petróleo. Apesar de existirem corais esparsos em parte dos recifes, a catalogação dessas estruturas é recente, datada de 2016. Apenas cerca de 5% dos recifes na região foram mapeados até agora, o que evidencia a necessidade de mais estudos sobre a biodiversidade presente nesses ecossistemas.
A diretora de exploração e produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, afirmou que não existem corais na bacia Foz do Amazonas, chamando a presença dessas estruturas de “fake news científica”. Essa declaração despertou críticas na comunidade científica, que afirma a existência de corais e recifes na região.
O debate sobre a exploração de petróleo na região do bloco 59 ainda está em curso. O Ibama negou a concessão da licença em maio de 2023, citando a sensibilidade ambiental da área e a escassez de estudos aprofundados sobre os recifes e corais presentes. A Petrobras, por sua vez, defende que todos os impactos ambientais foram considerados em suas análises.
Pesquisadores como Rodrigo Moura, da UFRJ, e Nils Edvin Neto, da UFPA, destacam a importância dos recifes na região para a biodiversidade e a pesca local. Enquanto a Petrobras financia estudos para compreender melhor esses ecossistemas, o Greenpeace e outras organizações ambientais alertam para os riscos da exploração de petróleo nessa região sensível.
Os desdobramentos desse embate entre interesses econômicos e proteção ambiental ainda estão em andamento, mas a discussão sobre a sustentabilidade dessas atividades na região da margem equatorial certamente continuará a gerar debates acalorados entre diferentes setores da sociedade.