O depoimento do general foi proposto pelos deputados Delegado Ramagem (PL-RJ), Duarte Jr. (PSB-MA), Pr. Marco Feliciano (PL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG). Ramagem e Feliciano explicaram que o Comando Militar do Planalto é responsável pela segurança presidencial e pela Guarda Militar da sede da Presidência da República. Já Duarte Jr. e Duda Salabert querem explicações do general Dutra sobre as ações realizadas ou não que permitiram a permanência de manifestantes em área militar.
A CPMI, que está ocorrendo no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado, já ouviu diversos depoimentos importantes. Em junho, a comissão ouviu o ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal, Jorge Eduardo Naime, que afirmou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) havia alertado sobre o risco de ataques, mas o núcleo de inteligência da polícia não teve acesso a esses alertas.
Além disso, a CPMI também ouviu o empresário George Washington Sousa, preso por colocar uma bomba em um caminhão próximo ao aeroporto de Brasília, e o diretor do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do DF, Leonardo de Castro, entre outros depoimentos.
Um dos depoimentos mais polêmicos foi o do hacker Walter Delgatti Neto, que afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro prometeu indulto caso fosse preso por invadir urnas eletrônicas e assumir um suposto grampo do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. A relatora da CPMI classificou o depoimento como “bombástico”.
No entanto, nem todos os depoentes responderam às perguntas dos parlamentares. O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques negou que a instituição tenha atuado politicamente para favorecer o então candidato Jair Bolsonaro, enquanto o ex-comandante da PMDF Fábio Augusto Vieira permaneceu calado munido de um habeas corpus.
A CPMI continua em andamento, e seu objetivo é investigar os atos de ação e omissão ocorridos no dia 8 de janeiro, quando ocorreram as invasões e depredações das sedes dos três Poderes em Brasília. O colegiado, composto por 16 senadores e 16 deputados e presidido pelo deputado Arthur Oliveira Maia, busca esclarecer as responsabilidades e tomar as medidas cabíveis quanto aos acontecimentos desse dia que abalaram a democracia brasileira.