De acordo com dados do IBGE, as mulheres dedicaram em média 21,3 horas semanais às tarefas domésticas e de cuidado, enquanto os homens gastaram apenas 11,7 horas, cerca de 10 horas a menos por semana. Essa disparidade evidencia a sobrecarga de trabalho enfrentada pelas mulheres, que também enfrentam dificuldades no mercado de trabalho, com menor participação e rendimentos inferiores em comparação aos homens.
Especialistas apontam a importância de compartilhar as atividades de cuidado entre família, Estado, mercado privado e comunidade para aliviar a sobrecarga das mulheres. Projetos de lei em discussão visam garantir acesso a cuidados de qualidade para crianças, idosos e pessoas com deficiência, além de condições de trabalho dignas para os profissionais do cuidado, em sua maioria mulheres negras.
A regulamentação e ampliação da licença-paternidade também são tópicos em debate, visando equilibrar a responsabilidade parental entre homens e mulheres. A divisão igualitária das tarefas de cuidado beneficia não apenas os pais e as mães, mas também os filhos, proporcionando um ambiente familiar mais equilibrado e saudável.
Diante do envelhecimento da população e das transformações nas estruturas familiares, políticas públicas efetivas de cuidado se tornam cada vez mais necessárias no Brasil. A mudança cultural e a valorização do trabalho de cuidado como responsabilidade coletiva são fundamentais para combater a sobrecarga das mulheres e promover uma sociedade mais igualitária e justa.