Entidades com imunidade tributária criticam exigências para manutenção do benefício no novo sistema tributário em projeto de regulamentação.

Na tarde desta quarta-feira, 19 de junho de 2024, um Grupo de Trabalho composto por representantes de entidades que possuem imunidade tributária nos impostos sobre consumo se reuniu para discutir as exigências previstas no projeto de regulamentação da reforma tributária (PLP 68/24). Durante a audiência pública, as entidades, que incluem religiosas, partidos políticos, sindicatos, jornais, entre outras, expressaram críticas em relação às novas regras propostas para a manutenção do benefício tributário.

Uma das principais discordâncias das entidades foi em relação à limitação salarial dos dirigentes, que não poderiam receber mais do que o teto do serviço público, atualmente estabelecido em R$ 44 mil, correspondente ao salário do ministro do Supremo Tribunal Federal. Para Núbia Castilhos, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, as novas regras visam aumentar a transparência em um setor que se beneficia significativamente de renúncias fiscais.

Priscila Pasqualin, do Instituto Beja, argumentou que o limite salarial dificultaria a atração de profissionais para as entidades, enquanto Mário Ghio Júnior, presidente da Associação Brasileira de Sistemas de Ensino e Plataformas Educacionais, destacou a necessidade de créditos dos impostos pagos por empresas em fases anteriores da produção para o setor educacional.

Além disso, outras exigências, como a contratação de auditores independentes para avaliação das contas, foram apontadas como geradoras de altos custos para as entidades. Robson Lins, do Instituto Brasileiro de Estudos Tributários, criticou a imposição da prestação de serviços gratuitos pelas entidades religiosas como condição para manter a imunidade tributária.

Diante das divergências apresentadas, o deputado Luiz Carlos Hauly sugeriu que as exigências sejam discutidas separadamente da reforma tributária, argumentando que podem gerar confusões e descontentamento. Já o deputado Mauro Benevides Filho defendeu o controle do Estado sobre as entidades, enfatizando a importância de fiscalizar possíveis abusos.

Dessa forma, a discussão em torno das novas regras para a manutenção da imunidade tributária das entidades segue em pauta, com diferentes posições e argumentos sendo apresentados durante a audiência pública do Grupo de Trabalho.

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