O principal assunto em pauta era o possível uso da Polícia Federal para investigar opositores do governo federal, sob a justificativa de disseminação de fake news. O ministro Paulo Pimenta defendeu a iniciativa, alegando que a investigação era necessária para conter a propagação de informações falsas que estavam prejudicando as ações de resgate e ajuda humanitária no estado do Rio Grande do Sul.
No entanto, o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), autor do pedido de convite ao ministro, acusou Pimenta de perseguição política. Ele citou um áudio vazado em que o ministro mencionava a prisão daqueles que espalhavam fake news e se referia a eles como traidores. Bilynskyj comparou a postura de Pimenta à atuação da Gestapo no governo nazista, questionando se havia uma intenção de silenciar a oposição.
Em resposta, Paulo Pimenta alegou que sua preocupação era com a disseminação de desinformação, que estava atrapalhando as ações de resgate e auxílio às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Ele destacou uma série de notícias falsas que circularam durante o período, como a eutanásia de animais e a retenção de doações para cobrança de impostos, que foram prontamente desmentidas pela Justiça.
Além disso, o ministro anunciou diversas ações do governo federal em apoio à reconstrução do estado, incluindo a liberação de mais de R$ 474 milhões da defesa civil em ajuda humanitária e um programa de financiamento de R$ 15 bilhões para a compra de equipamentos e máquinas, entre outras medidas.
Diante de questionamentos sobre sua conduta e uso de recursos públicos, Paulo Pimenta reafirmou sua posição e garantiu que as investigações em curso caberão à polícia e ao Ministério Público. A audiência, marcada por tensões e debates acalorados, evidenciou a polarização política em torno do tema das fake news e do papel do Estado na contenção da desinformação.