A Lava Jato teve início em março de 2014, focando principalmente nas denúncias de desvio bilionário de recursos na Petrobras e envolvendo o Ministério Público e a Polícia Federal. A advogada Ligia Maura Costa, professora da Fundação Getúlio Vargas e autora do livro “Lava Jato: histórias dos bastidores da maior investigação anticorrupção no Brasil”, apresentou um resumo detalhado da operação.
Segundo Ligia Maura Costa, a Lava Jato realizou 79 fases, com 1.450 mandados de busca e apreensão, 295 mandados de prisão, além de mais de 120 acordos de colaboração premiada e 150 denúncias contra mais de 500 investigados, revelando envolvimento de altos funcionários de governos, líderes empresariais e políticos influentes.
No entanto, a operação também enfrentou críticas em relação a supostas ilegalidades processuais, como conduções coercitivas e colaborações premiadas questionáveis. O caso “vaza jato”, revelado pelo jornal digital Intercept em 2019, expôs conversas controversas entre o chefe da força tarefa do Ministério Público, Deltan Dallagnol, e o juiz Sérgio Moro, responsável pelo julgamento dos casos.
Por outro lado, o ex-procurador Deltan Dallagnol defendeu veementemente a Operação Lava Jato, ressaltando a utilização de estratégias inovadoras e legais, como os acordos de colaboração premiada e a transparência na comunicação. Dallagnol também criticou a perseguição política e judicial aos investigadores e apontou o ministro do STF Alexandre de Moraes como responsável por inquéritos questionáveis.
As opiniões dos juristas presentes divergiram quanto ao legado da Lava Jato no combate à corrupção. Enquanto alguns defendem a continuação das ações, mas evitando repetir os erros do passado, outros acreditam na necessidade de fortalecer as instituições democráticas e a independência do judiciário diante de influências políticas para retomar o combate à corrupção.
Em resumo, o debate na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados evidenciou as controvérsias e reflexões acerca da Operação Lava Jato, destacando a importância de aprender com os erros cometidos no passado para construir um futuro mais íntegro e transparente no país.