Retomada de obras no Campus dos Malês da Unilab após anos de falta de recursos e investimentos mínimos no ensino superior.

No mês de março, um acontecimento simbólico marcou a comunidade acadêmica do Campus dos Malês da Unilab, localizado em São Francisco do Conde, na região do Recôncavo Baiano. Após anos de luta e falta de recursos, as obras das salas de aula do campus foram retomadas, trazendo esperança para alunos, professores e funcionários. Com início em 2014, essas obras haviam sido interrompidas e a universidade precisou se adaptar, utilizando locais cedidos pela prefeitura.

A professora Clarisse Goulart Paradis, vice-presidente do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia, ressaltou a importância dessa retomada, destacando a dificuldade enfrentada pela comunidade acadêmica, como a falta de salas de aula, transporte público e residência universitária. A falta de recursos também afetou o investimento por estudante na Unilab, que reduziu em 15,8% entre 2014 e 2022, de acordo com o Dieese.

A situação vivenciada pela Unilab é reflexo de uma realidade mais ampla que afeta outras instituições federais de ensino superior no país. A paralisação de professores e funcionários em diversas universidades demonstra a necessidade urgente de recomposição do orçamento do setor, que sofreu cortes e reduções significativas nos últimos anos.

A expansão e qualidade das universidades federais foram afetadas negativamente, com cortes de verbas e consequente impacto nas pesquisas, publicações e assistência estudantil. A situação se refletiu nos indicadores de qualidade, com a queda de posições de várias universidades brasileiras em rankings internacionais. A economista Mariel Angeli Lopes alerta que a falta de recursos compromete não só a pesquisa e formação acadêmica, mas também a capacidade de fornecer bolsas e investir em infraestrutura.

Apesar dos desafios, a comunidade acadêmica reconhece os esforços do governo em buscar soluções para as universidades federais. No entanto, é fundamental garantir não só a democratização do acesso ao ensino superior, mas também a manutenção e melhoria da qualidade das instituições. O futuro das universidades federais no Brasil depende de investimentos adequados e políticas públicas eficazes para garantir uma educação superior de excelência e acessível a todos.

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