Profissionais de saúde apontam para a falta de prevenção de desastres naturais e para a inexistência de uma coordenação centralizada de decisões, semelhanças que remetem a tragédia provocada pelo Katrina. As comparações vão além, com relatos de colapso nos hospitais, dificuldades de equipes de saúde em chegarem aos locais de trabalho e desabastecimento de medicamentos.
O médico Welfane Cordeiro Júnior destaca que estruturas como hospitais já entraram em colapso, levando à necessidade de transferências de pacientes, a exemplo do que ocorreu em Nova Orleans. No Rio Grande do Sul, cerca de 17 hospitais foram fechados devido aos alagamentos, enquanto outros 75 estão com atendimento parcial.
O caos se espalha por Porto Alegre, onde o Hospital de Clínicas registrou falta de profissionais e muitos deles foram afetados pela inundação de suas casas. A falta de organização na assistência e a ausência de um comando único são apontadas por outros médicos como problemas agravantes da situação.
Além da falta de insumos básicos, como medicamentos e materiais de uso hospitalar, preocupa também o desabastecimento de antibióticos necessários para evitar casos de leptospirose, uma doença transmitida pela urina de animais infectados, especialmente ratos. A Sociedade Brasileira de Infectologia alerta para o aumento do risco de leptospirose e orienta sobre a profilaxia adequada.
Diante desse cenário de tragédia e caos, a população do Rio Grande do Sul enfrenta dificuldades e desafios que requerem ação urgente por parte das autoridades e uma resposta eficiente por parte dos profissionais de saúde e dos órgãos competentes.