Arthur Lira veta frases de defesa da demarcação de terras em projeção no Congresso Nacional

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), gerou polêmica ao vetar frases em defesa da demarcação de terras indígenas e lemas do movimento indígena que seriam projetados no Congresso Nacional. O veto ocorreu durante a noite de terça-feira (23) e causou reações entre os líderes indígenas.

Entre as frases barradas estão “demarcação é democracia”, “futuro indígena é demarcação já” e “o Brasil é terra indígena”. Todas essas mensagens possuem teor crítico em relação à lei do marco temporal, que é uma tese defendida pela bancada ruralista, à qual Lira é aliado. Nenhuma frase referente a esse tema foi autorizada pelo presidente da Câmara.

Apesar dos vetos, o movimento decidiu alterar algumas das frases barradas, mantendo o mote principal pedindo a demarcação dos territórios, como “o Brasil é terra indígena”. Em resposta aos questionamentos da imprensa, Lira alegou que as frases vetadas poderiam ser ofensivas e contrárias a uma lei aprovada pelo Congresso, o marco temporal.

O tema da demarcação de terras é central no Acampamento Terra Livre, organizado pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) em Brasília. O lema do evento deste ano é “nosso marco é ancestral”, uma crítica direta à tese ruralista defendida no Congresso. O movimento também lançou uma carta com reivindicações aos três Poderes, buscando frear projetos que vão contra os interesses indígenas.

A relação entre o movimento indígena e o governo não tem sido fácil, especialmente após a demarcação de apenas duas novas terras indígenas pelo presidente Lula e o recuo em relação a outras quatro. As lideranças indígenas criticam a falta de apoio do governo na luta contra o marco temporal e na manutenção de vetos que seriam benéficos para o povo indígena. A insatisfação do movimento vai além do Congresso e inclui críticas ao governo e à falta de representatividade dos povos indígenas no cenário político nacional.

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