Alargamento da Raposo Tavares gera polêmica entre moradores e governo em projeto de concessão para trechos rodoviários em SP

O projeto de alargamento do trecho urbano da rodovia Raposo Tavares, parte da proposta da gestão Tarcísio de Freitas, causou preocupação entre os moradores da zona oeste de São Paulo, em bairros como Butantã, Jardim Bonfiglioli e arredores. A ampliação da via, que inclui a instalação de pistas sobre áreas residenciais, empresas, vegetação e zonas de proteção ambiental, gerou oposição de mais de 80 entidades, que assinaram um manifesto contra a intervenção.

O projeto, chamado de Nova Raposo, está ligado a uma nova rodada de concessões ao setor privado de trechos das rodovias Raposo Tavares, Castelo Branco, Livio Tagliassachi e Nelson Tranchesi, além de uma ligação entre Cotia e Embu das Artes. O cronograma prevê a assinatura do contrato para 2025 e a conclusão das obras em 2033, incluindo a implantação de 28 km de duplicações de pistas e 48 km de marginais. A cobrança de pedágio seria realizada somente após a finalização dos trabalhos.

No entanto, moradores e especialistas expressaram suas preocupações em relação aos impactos do projeto. Além do receio de remoções de árvores, desapropriações em massa e aumento no custo de vida com a cobrança de pedágio, há apreensão em relação ao trânsito, que poderia piorar com a obra. A comunidade local reivindica a demarcação de uma faixa exclusiva para ônibus e questiona a falta de diálogo e transparência do governo nas audiências públicas sobre o projeto.

Para o engenheiro especialista em trânsito Wladimir Bordoni, a ampliação da pista pode gerar congestionamentos, especialmente nas áreas de acesso ao centro expandido da capital. A gestão Tarcísio, no entanto, afirma que as marginais reduzirão o número de veículos que circulam pela Raposo Tavares, desafogando o tráfego.

Diante das divergências e protestos da população, o governo estadual garantiu que as questões ambientais e de mobilidade urbana serão tratadas conforme as legislações vigentes. Os moradores continuam mobilizados para barrar o avanço do projeto e garantir a preservação das áreas afetadas pelo alargamento da rodovia.

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