Presidente Lula busca reconquistar eleitores evangélicos em meio ao avanço do bolsonarismo com lançamento de campanha publicitária

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou uma série de visitas aos estados brasileiros com o objetivo de conquistar novamente o eleitorado evangélico, que vem se afastando desde o avanço do bolsonarismo. Após um ano e quatro meses de mandato, Lula demonstrou empenho nessa estratégia em um discurso realizado em Pernambuco nesta quinta-feira, 4. Essa movimentação política reflete a lógica do petista em buscar alimentar a polarização que marcou a última campanha eleitoral.

Além de ajustar seu discurso, o governo também lançou a campanha publicitária “Fé no Brasil”, que pretende destacar os programas sociais do governo. Durante a inauguração de uma obra ligada à transposição do rio São Francisco em Arcoverde, Pernambuco, Lula fez referências a Deus, milagres e fé diversas vezes. Ele mencionou “milagres da fé” em relação às obras de seu governo e criticou aqueles que “usam o nome de Deus em vão”.

Essa investida do presidente petista é uma resposta ao apoio que líderes evangélicos, principalmente, vêm dando ao presidente Jair Bolsonaro. Lula, que é católico, costuma citar Deus em seus discursos e busca estabelecer uma conexão com os evangélicos. A nova campanha publicitária busca justamente essa aproximação, apresentando filmes que destacam a gestão e fazendo acenos ao segmento evangélico.

O deputado Zeca Dirceu (PR) apontou a necessidade de uma reunião entre Lula e líderes evangélicos, destacando que isso seria positivo para ambos os lados e para o país como um todo. Além disso, o reverendo Luis Alberto Sabanay ressaltou a importância de promover ajustes na estratégia de comunicação do governo para dialogar de forma mais direta com os evangélicos.

A última pesquisa DataFolha mostrou um aumento na reprovação de Lula entre os evangélicos, o que reforça a necessidade do presidente em buscar se reaproximar desse segmento. Com as eleições municipais se aproximando, a estratégia de busca por apoio entre os evangélicos se torna ainda mais relevante para o governo Lula.

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