Ministros do governo Lula usam redes sociais para repudiar ditadura militar e homenagear vítimas, em meio a polêmica com Forças Armadas

Neste domingo, 31 de março, completam-se 60 anos do golpe militar que instaurou a ditadura militar no Brasil, um período marcado por repressão, censura e violações dos direitos humanos. Diante dessa data histórica, ao menos sete ministros do governo Lula utilizaram suas redes sociais para repudiar a ditadura e prestar homenagens às vítimas.

Dentre os ministros que se manifestaram, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, se destacou como um dos principais defensores de eventos públicos de rejeição à ditadura militar. No entanto, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo cancelou um ato que estava programado para 1º de abril, a fim de evitar atritos com as Forças Armadas.

Almeida, em seu perfil nas redes sociais, listou seis motivos pelos quais a ditadura nunca mais deve se repetir, enfatizando a importância de uma sociedade democrática, baseada na verdade, justiça e liberdade. Por outro lado, a postura de Lula em desautorizar ações do governo que relembrem a data do golpe militar reflete a preocupação em não acirrar os ânimos com os militares.

Outros ministros, como o da Educação, Camilo Santana, e o chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, também se manifestaram repudiando a ditadura e exaltando a democracia. O ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, fez uma homenagem aos que perderam suas vidas em razão da ruptura democrática em 1964, destacando figuras como Rubens Paiva, Wladimir Herzog e Manoel Fiel Filho.

Diante das manifestações dos ministros e da pressão do PT, Lula será cada vez mais pressionado a recriar a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, que foi extinta no governo Bolsonaro. Organizações de direitos humanos consideram fundamental a retomada dos trabalhos da comissão para localizar restos mortais das vítimas da ditadura militar e garantir justiça e reparação às famílias afetadas. O debate sobre a memória e a verdade histórica se mantém relevante para fortalecer a democracia e a luta pelos direitos humanos no Brasil.

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